A candidatura única do deputado Valdir Rossoni (PSDB) à presidência da Assembleia Legislativa ainda não está consumada se depender de um grupo de aliados do governador eleito, Beto Richa (PSDB), contrariados com a remoção da candidatura do deputado estadual Durval Amaral (DEM).
Após o anúncio da escolha de Rossoni como candidato da base aliada, esses setores passaram a articular o lançamento de uma candidatura alternativa ao tucano.
Por enquanto, são apenas ensaios de uma reação contra a chapa única de Rossoni. Entre aqueles que a candidatura do tucano desagradou estariam o atual presidente da Assembleia Legislativa, Nelson Justus (DEM), o 1º secretário Alexandre Curi (PMDB) e algumas forças aliadas externas.
Aliocha Maurício |
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Rossoni: conversas retomadas. |
Entre estas forças externas, o atual presidente do Tribunal de Contas e ex-presidente da Casa Hermas Brandão, que ainda tem influência em plenário. Tão aliado de Beto quanto Rossoni, o grupo não recebeu bem a forma como a candidatura do tucano foi definida.
O acordo era para que houvesse uma negociação prolongada para uma escolha entre Amaral e Rossoni, mas no final da semana passada, o tucano foi anunciado como o candidato de consenso da base. O grupo achou que Amaral foi “atropelado” e o convite para ser secretário no futuro governo apenas um prêmio de consolação.
Anderson Tozato |
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Romanelli: preferido de Rossoni. |
No plenário, os deputados preferem não comentar o choque interno. Algumas lideranças apenas observaram que ainda é cedo para decisões definitivas. “Estamos em compasso de espera para ver o que acontece. Ainda faltam três meses para a eleição da Mesa. Como dizia o deputado Anibal Curi, os acertos se fazem na prorrogação do segundo tempo”, disse o líder da bancada de oposição e secretário geral do DEM, Elio Rusch.
O deputado Reni Pereira (PSDB) e Reinhold Stephanes Jr. (PMDB) foram algumas das possibilidades cogitadas para encabeçar uma chapa alternativa a Rossoni. Stephanes integra a maior bancada da Casa, o PMDB, e apoiou Beto Richa. Pereira desconversou.
Disse que, por enquanto, está empenhado na construção de um bloco entre o PSB, PRB e mais um partido para conversar sobre a participação na nova Mesa. “Todo mundo tem vontade de ser presidente. Eu também. Mas tem que construir isso. O Rossoni pode construir também o consenso”, disse.
Alheio às resistências, Rossoni retomou as conversas com o PMDB e espera que o PT também abra o diálogo. No PMDB, há acordo apenas em torno de um ponto. A bancada exige a 1ª secretaria na chapa para começar a discutir o acordo.
Quanto ao representante do partido, Luiz Claudio Romanelli (PMDB) é o preferido de Rossoni. Mas o atual 1º secretário, Alexandre Curi não se rendeu à essa nova orientação.
No PMDB, Alexandre já não tem mais unanimidade, depois que seu nome foi associado ao escândalo sobre os servidores fantasmas e a denúncia de desvio de recursos da Assembleia em um esquema que, de acordo com o Ministério Público Estadual, seria comandado pelo ex-diretor geral Abib Miguel.