No final da manhã desta sexta-feira, ao justificar a revogação da eleição de Maurício Requião para o Tribunal de Contas do Paraná, Rossoni disse que a ausência de um dos sete conselheiros do Tribunal de Contas do Estado por conta da pendência judicial, vinha atrapalhando o trabalho da corte.
“Primeiro que houve nepotismo, irmão nomeando irmão. Depois, houve uma inversão da ordem do processo. Nomearam um conselheiro antes de haver a vaga. Isso tudo está causando prejuízos ao Tribunal, que está há dois anos com um conselheiro a menos, e a toda a sociedade, já que dificulta a fiscalização. Por isso tomamos essa decisão”, disse. O deputado acredita que até o dia 20 a Assembleia poderá votar o nome do novo conselheiro.
Durante a semana, Rossoni e Requião trocaram críticas e ataques em entrevistas e pelo twitter. Requião citou o escândalo dos funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa e anunciou que novos nomes ligados ao gabinete de Rossoni apareceriam na investigação da Polícia Federal. O deputado tucano prometeu uma surpresa ao senador.
“Diante desse ataque sistemático, eu, até para fazer com que ele reflita um pouco, disse que ele teria uma surpresa no final desta semana. E acredito que foi mesmo uma surpresa, pois ele não esperava que alguém teria coragem de tomar uma atitude dessas”, disse Rossoni, que também rebateu as acusações de Requião. “O ex-governador tem me criticando sistematicamente sobre as questões da Assembleia. Mas, diga-se de passagem, ele tinha que pedir desculpa à população paranaense pelo que aconteceu na Assembleia. Pois quem deu apoio ao sistema antigo que tinha aqui na casa, foi ele”.
Rossoni negou, no entanto, que tenha tomado a decisão por questão pessoal e que “surpreender Requião” teria furado a fila entre suas prioridades, já que havia prometido para o final desta semana a lista das aposentadorias irregulares da Casa. “Aqui, o que fica pronto antes sai antes. Essa questão desde o primeiro dia que assumimos era uma questão que estávamos determinados a tomar essa atitude, mas precisamos de um amplo embasamento jurídico”, justificou.
“Quanto à questão das aposentadorias, ainda não concluímos o relatório. Já temos as evidências das irregularidades, mas não vamos atropelar o processo”.
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