Foto: Nani Goes/Assembléia

Rossoni: ?Não servem para nada?.

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Das 111 caixas de documentos sobre gastos dos cartões corporativos encaminhadas pelo governo do Estado, o líder da oposição na Assembléia Legislativa, Valdir Rossoni (PSDB), informou que apenas 17% continham as informações sobre os órgãos que estavam sob suspeita de irregularidades, levantadas pela oposição.

Mesmo assim, os dados estão incompletos, disse Rossoni, ontem, ao explicar por que não foi possível ao auditor do Tribunal de Contas, Alberto Martins de Faria, chegar a alguma conclusão sobre o uso dos cartões pelos servidores públicos.

O auditor do TC produziu apenas um relatório apontando as informações que faltaram e que Rossoni pretende requerer novamente à Justiça. Ele vai encaminhar cópia do relatório ao desembargador Rosene Arão de Cristo Pereira, comunicando as falhas. Cristo Pereira foi quem concedeu a liminar determinando a remessa dos documentos.

De acordo com o relatório feito pelo técnico, os documentos repassados pela Secretaria da Administração não permitiram saber o número de cartões corporativos disponíveis na administração estadual, muito menos descobrir o total de gastos efetuados por meio de saques com os cartões. O auditor informou ainda que não encontrou um único comprovante de despesas relativo às despesas da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar).

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Em uma ação judicial, Rossoni havia solicitado a documentação relativa a movimentação financeira dos cartões da Governadoria, Vice-Governadoria, Casa Civil, Secretarias de Educação, Comunicação e Cultura, Museu Oscar Niemeyer, Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), além da Cohapar. Em 92 caixas, não havia informações sobre os cartões corporativos usados por estes órgãos e sim sobre outros setores da administração.

Rossoni não sabe o destino que dará aos documentos que não solicitou. ?Esses documentos aqui não servem para nada. Não se referem a nada do que pedimos. O governador que estava tão preocupado com os gastos em papel vai ter que pagar por essas fotocópias?, ironizou o deputado. Somente com as cópias, o governo informou à Justiça que gastou R$ 26 mil.

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As informações complementares terão que ser entregues em suporte eletrônico, defendeu o líder da oposição. Ele disse que os dados registrados em papel dificultam o trabalho de análise e que, por isso, não encontrou uma empresa de auditoria privada que quisesse fazer o trabalho. De acordo com Rossoni, a solução foi recorrer ao Tribunal de Contas.

A ação da oposição foi ajuizada em 6 de março deste ano. Antes, o bloco havia tentado aprovar, em plenário, um pedido de informações. Como não conseguiu a aprovação, decidiu recorrer à Secretaria de Administração.

A resposta da Secretaria foi considerada insuficiente e a oposição foi à Justiça. O desembargador Rosene Arão de Cristo Pereira concedeu liminar à ação. Os documentos foram entregues pelo governo no dia 26 de maio.