Sucessão

Rossoni diz que bancada tucana não quer Alvaro

O presidente do PSDB do Paraná, deputado estadual Valdir Rossoni, avaliou ontem, 19, que existe um ambiente favorável a uma composição com o PMDB do Paraná na sucessão estadual do próximo ano, em torno de uma possível candidatura do prefeito de Curitiba, Beto Richa, ao governo.

“A grande maioria da bancada do PMDB tem preferência pela candidatura do Beto”, disse Rossoni, ao comentar as afirmações feitas pelo senador Alvaro Dias de que reuniria as melhores condições para atrair os peemedebistas para um acordo com os tucanos na disputa eleitoral de 2010.

Rossoni relatou que, em reunião anteontem com a bancada estadual, Alvaro disse que uma chapa encabeçada por ele ao governo proporcionaria um palanque forte no Paraná ao candidato tucano à presidência da República.

Conforme Rossoni, Alvaro sustenta sua afirmação em dois pilares: ele já teria um acordo com o irmão, o senador Osmar Dias (PDT), que abdicaria da candidatura ao governo em seu favor, e também seria o nome capaz de obter o apoio do governador Roberto Requião e, por extensão, do PMDB.

Para o presidente estadual do PSDB, se a posição de Osmar for confirmada, o processo de definições do PSDB fica mais fácil. No PSDB, a maioria entende que seria difícil para o partido abrir mão de uma candidatura própria ao governo, afirmou. “Seja o senador Alvaro Dias ou o prefeito Beto Richa, o fato é que a grande maioria concorda que devemos ter uma candidatura própria”, comentou.

Mas o presidente do diretório regional tucano demonstra cautela em relação ao cenário descrito por Alvaro Dias. “A partir do momento em que tudo começa a convergir para os candidatos do PSDB, é claro que nossa vida fica mais facilitada. Eu não tenho porque duvidar do senador Alvaro Dias. Mas vamos sentir a realidade dos fatos. É um tabuleiro. É um jogo. Tem que aguardar. No momento certo, nós vamos tomar a decisão. Mas sempre tendo o cuidado de não fazer o jogo do adversário”, disse.

Seja qual for a situação, entretanto, o PSDB não decide a candidatura ao governo sem a participação dos aliados, afirmou Rossoni. Ele citou que vários requisitos já foram discutidos para orientar a escolha.

“Um deles seria a pesquisa de intenções de votos. Outro seria aquele que agregasse mais para montar um palanque forte à presidência da República”, comentou.

Rossoni também defendeu que os entendimentos não devem ser conduzidos individualmente, mas que as negociações devem ser feitas partidariamente. “O que o senador Alvaro Dias nos disse tem que ser discutido entre os partidos”, reforçou Rossoni.

O senador Osmar Dias (PDT) não desmentiu nem confirmou as declarações de Alvaro, de que estaria disposto a renunciar à candidatura em favor do irmão. Osmar optou por propor um novo enunciado, invertendo as posições.

“Eu não ouvi o Alvaro falando. Também não falei com ele. Mas o PDT já decidiu que eu sou candidato. E se eu já estou definido, o Alvaro abriria mão da candidatura dele para me apoiar?”, questionou.

Osmar comparou sua condição à de Alvaro, observando que, enquanto sua candidatura já está consolidada no PDT, com o apoio unânime do partido, Alvaro ainda está na dependência de um entendimento interno para concorrer ao governo. “Ele (Alvaro), primeiro, precisa resolver sua situação no PSDB. Quando o PSDB tiver uma decisão, nós sentamos e conversamos”, disse.

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