Depois do presidente regional do PMDB, Dobrandino Gustavo da Silva, ontem foi a vez do deputado Valdir Rossoni (PSDB) denunciar a participação da binacional Itaipu na campanha política. Portando cópias de boletim de ocorrência efetuado no 8.º Distrito Policial de Curitiba, Rossoni disse que veículo da frota da hidrelétrica envolveu-se em incidente com cabos eleitorais.
Conforme a denúncia, Felipe de Mello Lima colocava banners de candidato em postes da avenida Arthur Bernardes, às 3h30 da madrugada de 20 de setembro, quando foi abordado por um corsa, placa AGK 6740, dirigido por Luiz Gringo que, portando uma arma, o agrediu com socos e o obrigou a substituir os cartazes por outros, do vereador André Passos (PT).
Uma consulta ao Detran mostrou, segundo o deputado, que o carro está a serviço da hidrelétrica. Durante seu pronunciamento na tribuna da Assembléia Legislativa, o parlamentar tucano foi aparteado por Dobrandino da Silva, que acrescentou à sua denúncia a de que Itaipu teria pago R$ 200 mil para trazer cantor a showmício do candidato vitorioso em Foz do Iguaçu, Paulo Macdonald Ghisi (PDT). Rossoni disse que vai juntar a documentação de que dispõe e encaminhar à bancada federal paranaense para que investigue a eventual participação da empresa na campanha municipal.
O deputado tucano disse ainda que está colhendo documentos que comprovariam negociações muito mais sérias referentes a permuta de energia elétrica para uso de recursos na campanha, além da execução de obras não autorizadas pelo governo federal.
O líder do governo na Casa, deputado Natálio Stica (PT), informou que está remetendo ao diretor-geral de Itaipu, Jorge Samek, as notas taquigráficas do pronunciamento de Rossoni: “Samek me informou que não autorizou o uso da frota da empresa para qualquer atividade de cunho eleitoral. Se isso tiver ocorrido, ele tomará as providências cabíveis, inclusive com demissões, se necessário”, anunciou.
Stica informou ainda que Samek desmentiu patrocínio a showmícios, em Foz do Iguaçu ou em outras localidades. Sua participação, em favor da coligação integrada pelo PT, se deu fora do expediente e do âmbito da empresa que dirige, e limitou-se a gravação de depoimentos, jamais através de participação em comícios ou outros eventos eleitorais.
