Rossoni afirma que aliança com PP é estratégica

O presidente estadual do PSDB, deputado Valdir Rossoni, disse que a aliança com o PP, anunciada anteontem, faz parte de uma estratégia eleitoral definida pela direção nacional.

“Em política, tem estratégia e orientação superiores”, afirmou Rossoni, ao responder as críticas feitas por um segmento do partido, que contestou a decisão de ceder uma das vagas ao Senado para o PP e a garantia de coligação na disputa proporcional com o novo aliado.

Para afastar a expectativa de que a direção nacional possa interferir para desfazer o acordo, Rossoni afirmou que a decisão de fechar o acordo com o PP veio depois da reunião que ele e o pré-candidato ao governo, Beto Richa, tiveram na sexta-feira passada em São Paulo com o pré-candidato à presidência da República, José Serra.

A possibilidade de recorrer à direção nacional para discutir o acordo com o PP foi levantada pelos deputados federais Gustavo Fruet e Luiz Carlos Hauly. Gustavo Fruet pretendia concorrer a uma das vagas ao Senado.

O projeto do parlamentar tucano foi abalado pela decisão do PSDB de apoiar o deputado federal Ricardo Barros ao Senado e oferecer a outra vaga ao senador Osmar Dias, que ainda não respondeu à proposta tucana.

“Nós jamais tomaríamos uma atitude que fosse para prejudicar o partido. Houve a necessidade de compor”, afirmou Rossoni. Ele não quis comentar a crítica feita pelos insatisfeitos com o acordo com o PP que apontaram a instabilidade das posições do partido, que pertence à base do governo Lula (PT). “Vamos seguir o exemplo do Lula. Ele foi eleito para mudar e aliou-se com o Renan Calheiros, o Fernando Collor e o José Sarney. E é líder em popularidade. Então, o importante é saber governar. E além do mais, apoio ninguém dispensa”, argumentou.

Tem lógica

O presidente estadual do PP, deputado federal Ricardo Barros, disse que compreende a posição de Gustavo Fruet e dos demais deputados que votaram contra a coligação com seu partido. “O raciocínio não está errado. A coligação proporcional tira vagas do PSDB”, afirmou Barros.

Quanto ao Senado, Barros comentou que os tucanos tiveram que fazer sacrifícios para ampliar os apoios e fortalecer a candidatura ao governo do Estado. “O PT do Paraná está isolado porque não fez concessões”, atacou.

Mas quanto às mudanças de posições do PP, Barros reagiu. Disse que, da mesma forma que foi vice-líder do governo Lula na Câmara dos Deputados, também foi líder do governo tucano de Fernando Henrique Cardoso (FHC). “Nós apoiamos FHC duas vezes, o Serra uma vez e o Alckmin também. Nunca fizemos campanha para o PT na disputa presidencial”, afirmou.

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