Rossoni acusa o PMDB de fingir dar apoio a Alckmin

O presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, criticou ontem o PMDB do Paraná por se dividir entre o apoio à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB). Segundo Rossoni, o PMDB está apenas fingindo que apóia Alckmin no Paraná, para neutralizar uma reação dos tucanos a Requião e ao mesmo tempo, ocultar sua afinidade com o presidente Lula.  

?O PMDB está com um pé em cada canoa. O governador coloca uma ala do partido para se aproximar do Alckmin. E outra para o Lula. Ele não engana a ninguém?, atacou o dirigente tucano, em discurso na tribuna, durante sessão realizada ontem de manhã na Assembléia Legislativa.

Os deputados peemedebistas Antonio Anibelli, líder da bancada, e o presidente estadual do PMDB, Dobrandino da Silva, reagiram às declarações de Rossoni, afirmando que antes de se incorporar à campanha do senador Osmas Dias (PDT), o tucano esteve discutindo seu apoio ao governador Roberto Requião (PMDB) na Granja do Canguiri. ?Ele não é a pessoa mais credenciada para fazer esse tipo de crítica. Ele, Rossoni, esteve por mais de uma vez na casa do Requião fazendo propostas para uma aliança que não deu certo. Agora, está se agarrando no Osmar Dias, que é uma boa pessoa, mas que está muito mal-acompanhado?, revidou.

Ainda de acordo com Dobrandino, Rossoni abriu um precedente ao se dividir entre duas forças políticas. ?Foi ele que nos levou a Brasília para falar com o Jereissati (presidente nacional do PSDB) e combinar nossa aliança no Paraná. Depois mudou de idéia e de lado?, reagiu o presidente estadual do PMDB.

Anibelli afirmou que coerência não é o forte de Rossoni. ?Quando o deputado Rossoni apoiava o Collor e o Martinez, nós estávamos com o Requião. Quando nós todos votamos para o Osmar Dias ao Senado, ele estava com o Tony Garcia?, atacou o líder da bancada do PMDB.

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Rossoni disse que a ?estratégia? do PMDB não vai funcionar no Paraná. ?O PSDB já tem uma decisão. Está com Osmar Dias?, afirmou o dirigente tucano, que criticou a abertura prevista para ontem à noite de um comitê Requião-Alckmin, em Curitiba. A falta de uma declaração pública de Alckmin de apoio ao senador Osmar Dias, que já na noite da eleição declarou sua opção pelo candidato presidencial tucano, foi explicada por Rossoni como parte do marketing da campanha eleitoral. ?Não mostramos todas as fichas no primeiro momento. O programa eleitoral ainda não começou?, disse.

Rossoni disse que esteve com Requião duas vezes. E que em ambas as oportunidades afirmou que seu compromisso era com Osmar Dias. Ele afirmou ainda que não renega suas ligações com o ex-governador Jaime Lerner. ?O Dobrandino morava na casa do Lerner. O filho dele (ex-deputado estadual Sâmis da Silva) votou quatro anos com o Lerner. Agora, ele vem aqui satanizar. Isso não aceito?, afirmou.

Indefinido

Dobrandino disse que ainda não se definiu em relação à sucessão presidencial. Mas que se no primeiro turno apoiou Alckmin, pode agora rever essa posição, já que a aliança entre o PMDB do Paraná e os tucanos foi anulada e o prefeito de Curitiba, Beto Richa, aderiu à campanha de Osmar Dias. ?Eu não admito que venham nos desqualificar. Não sei ainda quem vou apoiar. Mas quando souber, vou votar e defender?, afirmou.

Quanto ao comentário de Rossoni de que freqüentava a casa de Lerner, Dobrandino devolveu: ?Ele está enganado. Eu nunca fui à casa do Lerner. Ele morava em Nova Iorque a maior parte do tempo?, afirmou. 

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