Foto: Anderson Tozato

Rossoni: ?Não sou contra?.

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O líder da bancada de oposição, Valdir Rossoni (PSDB), disse ontem que não aceita o rótulo de ?inimigo? das Apaes (Associação de Pais e Amigos de Excepcionais) com o qual as lideranças do governo passaram a identificá-lo depois que o tucano questionou o aumento de transferência de verbas para entidades privadas sem fins lucrativos e organização não-governamentais (ONGs). ?Nunca sou contra as Apaes, mas acho que todas as entidades devem prestar contas dos recursos públicos e também o governo do Estado?, afirmou.

Rossoni afirmou que os deputados do governo estão distorcendo suas declarações para desviar o foco da discussão sobre a liberação dos recursos, que chegam a mais ou menos R$ 300 milhões entre 2003 a 2006. Segundo o levantamento de Rossoni, as instituições receberam R$ 384 milhões, acumulando um aumento de 214% em quatro anos. Já a liderança do governo rebateu informando que os repasses foram de R$ 311,7 milhões, dos quais mais de 97% em benefício das Apaes.

Na próxima semana, Rossoni disse que irá apresentar novos dados sobre transferências e que não envolvem as Apaes, mas que foram feitos a outro tipo de instituição. ?Não adianta quererem se esconder atrás de instituições de conceito como as Apaes. Não vai ser tentando me colocar contra estas instituições que vão me fazer desistir de investigar esses repasses?, afirmou Rossoni, revidando declarações do líder do governo, Luiz Claudio Romanelli, que o acusou de tentar prejudicar as Apaes.

 Romanelli disse que durante o governo de Jaime Lerner (1995-2002), as Apaes receberam ajuda média de R$ 26 milhões ao ano, enquanto que no atual governo, as transferências ficam em R$ 78 milhões ao ano. ?O que parece, na verdade, é que a oposição quer a volta dos repasses às entidades fantasmas criadas durante o governo anterior (de Jaime Lerner, entre 1995 e 2002) e acabar com os repasses às Apaes que fazem um brilhante trabalho em todo o Paraná?, disse Romanelli.

Cobrança

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O deputado tucano voltou a cobrar a resposta ao pedido de informações aprovado em agosto, que pede o detalhamento das despesas com as instituições privadas. ?Eu quero saber o CNPJ de cada uma. E não adianta o líder do governo querer fazer um campeonato de corrupção entre este e o governo anterior. Eles já ganharam pelo pouco tempo que estão aí?, atacou Rossoni. E continuou: ?Se tiver que alguém falar pelo governo anterior, nós podemos indicar o Reinhold Stephanes pai, o Stephanes Junior e o Rafael Greca. Todos ocuparam cargos executivos no governo Lerner?, provocou o líder da oposição, referindo-se ao ministro da Agricultura e ao seu filho e deputado estadual e ao presidente da Cohapar, que foram secretários de Lerner.