A conveniência de uma candidatura à reeleição para o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), em 2008, começou a ser debatida internamente entre os tucanos. O presidente estadual do PSDB, deputado estadual reeleito Valdir Rossoni, provocou a reflexão entre algumas lideranças do partido ao defender abertamente que Beto não dispute um segundo mandato em 2008. E que essa candidatura seja assumida pelo deputado federal reeleito Gustavo Fruet.
Rossoni acha que o prefeito de Curitiba, ao lado de outros nomes como o dos senadores Álvaro Dias (PSDB) e Osmar Dias (PDT), e de Gustavo, formam um patrimônio político e eleitoral que pode render o máximo se for bem posicionado para a próxima sucessão estadual. Para Rossoni, Beto deve ser poupado para a disputa ao governo ou ao Senado em 2010. O dirigente tucano avalia que o PSDB e a oposição dispõem de um dos melhores quadros para 2010 e não podem desperdiçar nomes em posições erradas. ?É hora de pensar longe. Lá na frente. O Gustavo é imbatível para a Prefeitura de Curitiba e o Beto pode ser preservado para uma candidatura lá na frente?, afirmou.
?No ano que vem, na hora de preparar o partido para as eleições municipais, quando formos conversar e dissermos que temos quatro nomes desse calibre para escolher os três que vão disputar a eleição estadual de 2010, vamos eleger muitos prefeitos. Tenho certeza?, disse o dirigente do PSDB.
Ele destacou que, em 2010, haverá uma chapa de candidatos a governador e a vice-governador e duas vagas para o Senado. E que o PSDB e o grupo do senador Osmar Dias precisam ter a capacidade de saber distribuir essas funções entre seus melhores nomes. ?As lideranças já sabem o que eu penso. E não é só o que eu penso. É o que eu ouço como presidente do partido. Se forem ouvir os tucanos da base como eu faço, vão ouvir a mesma coisa. Eu sou a voz da base?, disse Rossoni.
A reeleição é um mecanismo esgotado na opinião do presidente do PSDB do Paraná. ?Infelizmente, a reeleição se mostrou uma fórmula que não deu certo. Foi o PSDB que criou. Temos que reconhecer que erramos e não vamos cometer esse erro com o prefeito de Curitiba. Já imaginou uma chapa com o Beto, o Osmar, o Álvaro ou o Gustavo em 2010? Por que procurar problemas, se temos a solução? Nós só precisamos ter a capacidade para colocar estas lideranças na melhor posição e ter inteligência para colocar cada uma delas no espaço que merece?, ponderou.
Sem vaidades
Para preservar a força eleitoral acumulada nas eleições deste ano, quando o senador Osmar Dias chegou ao segundo turno da eleição para o governo numa composição com uma ala do PSDB, Rossoni propõe que a oposição continue a pensar e agir como um grupo. ?Se as pessoas que nos ajudaram nas eleições, tanto a de governo como a de prefeito, sentirem que temos capacidade de compor uma chapa forte como essa para a eleição, em seis meses, nós vamos estar prontos para esse desafio de 2010. Mas se a vaidade prevalecer sobre o espírito de grupo, corremos o risco de nos dispersar?, comentou.
Rossoni disse ainda que o PSDB precisa investir na sua identidade de oposição. ?O partido precisa ter cara de oposição, atitude de oposição, jeito de oposição. Não adianta se vestir de governo agora e daqui a três anos usar um figurino de oposição. Nós temos que ser agora o que queremos ser na frente?.
