Rosso toma posse no DF para cumprir mandato-tampão

O novo governador do Distrito Federal, Rogério Rosso (PMDB), tomou posse hoje em cerimônia realizada na Câmara Legislativa. Ele foi eleito no sábado para um mandato-tampão – com voto de 13 dos 24 deputados distritais – e assume a vaga deixada por José Roberto Arruda. Acusado de comandar o “mensalão do DEM”, Arruda ficou preso por 60 dias por obstrução da Justiça, foi pressionado a pedir desfiliação do DEM, partido pelo qual foi eleito em 2006, e acabou cassado pela Justiça Eleitoral por infidelidade partidária há cerca de um mês.

Rosso começou na vida política como aliado do ex-governador Joaquim Roriz (PSC), tendo sido indicado por ele administrador de Ceilândia, uma das maiores unidades administrativas do Distrito Federal, em 2004. O peemedebista também trabalhou no governo Arruda, quando assumiu a gestão da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) em 2007.

Na companhia, Rosso sucedeu Durval Barbosa, suposto operador do “mensalão do DEM”, que depois veio a ser o delator do esquema – pela gestão à frente da Codeplan, Durval responde a diversas ações judiciais por desvios milionários.

A candidatura de Rosso ao governo do DF foi articulada pelo deputado federal Tadeu Filippelli, também do PMDB. O parlamentar hoje trabalha por uma aliança local com o PT para repetir o acordo fechado entre os dois partidos em âmbito nacional. O PT local é reticente à aliança com o PMDB, ex-partido de Roriz e ex-aliado de Arruda.

Mas o mandato-tampão de Rogério Rosso deve dar força para Filippelli fechar o acordo que deseja. Aliando-se ao PT, o PMDB aumenta as chances de vencer Roriz na eleição para governador em outubro, e, consequentemente, monta um palanque forte para Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à sucessão de Lula.

Rock

Nascido no Rio de Janeiro, Rogério Rosso tem 41 anos e é casado com Karina Curi, que pertence a uma das famílias mais ricas da cidade, dona de uma empresa revendedora de pneus. Karina é íntima da família de Roriz.

O sogro de Rosso doou R$ 1,3 milhão para sua campanha eleitoral em 2006. Ele conseguiu 51 mil votos e ficou como primeiro suplente do PMDB na Câmara dos Deputados. Quando não faz política, ele se dedica ao rock pesado – toca baixo, guitarra e teclado. O novo governador do DF mantém um estúdio pessoal para os ensaios com sua banda formada por amigos.

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