politica

Rosa Weber vota pela cassação e diz que ‘é inegável a gravidade dos fatos’

A ministra Rosa Weber, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no sexto voto, empatou em 3 a 3 o julgamento da chapa Dilma-Temer, acusada de abuso de poder econômico e eleitoral nas eleições presidenciais de 2014. “É inegável a gravidade dos fatos e indisfarçável o reflexo eleitoral”, afirmou. “O crime na conquista do poder o deslegitima”, afirmou Rosa Weber.

“Há sintonia e harmonia entre os depoimentos tomados nos autos, a demonstrar robusto acervo probatório, de inegável credibilidade, capaz de afastar eventuais dúvidas quanto ao que se pode deles concluir”, disse.

Conhecida no Judiciário pela discrição, a ministra fez uma defesa sucinta, mas clara, ao Ministério Público, bombardeado no julgamento pelos ministros Gilmar Mendes, Tarcísio Vieira, Admar Gonzaga e Napoleão Nunes Maia. Weber elogiou o “trabalho excepcional e brilhante dos procuradores”.

Na argumentação para a votação, Rosa Weber disse que é possível incorporar fatos novos ao julgamento que não eram do conhecimento do autor da ação inicial contra a chapa Dilma-Temer, mas que, mesmo se optasse por desconsiderar a Odebrecht, haveria motivo para cassação.

“Não preciso usar as provas da Odebrecht. É o financiamento indireto da campanha via Petrobras”, disse. “Não tenho como não endossar a leitura dos autos feita pelo relator”, declarou a ministra, concordando com a cassação.

Também rebatendo um dos pontos citados no julgamento para salvar a chapa, Rosa Weber afirmou que “não se impressiona” com o “argumento de que toda campanha que recebeu propina deve ser impugnada”. “Estou julgando esta ação que me foi apresentada; outras não me foram apresentadas”, disse.

A ministra disse que seu voto se dava em defesa da “preservação do interesse público de lisura eleitoral”.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo