A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, rejeitou o pedido de habeas corpus do empresário Antonio Celso Grecco, dono do Grupo Rodrimar, um dos presos na quinta-feira na Operação Skala, relacionada ao Inquérito que investiga suposto esquema de propinas no setor portuário a partir do Decreto dos Portos, editado em maio de 2017 pelo presidente Michel Temer.

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Rosa Weber afirmou que “o presente habeas corpus, em qualquer hipótese, não se presta, manifesta a inadequação da via eleita, para apreciação da tese defensiva com vista à revogação da decisão de prisão temporária decretada nos autos da AC 4.381, de relatoria do Ministro Roberto Barroso”.

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Ela lembrou que outras petições protocoladas pela defesa ainda estão pendentes de apreciação por Barroso, e o Regimento Interno do STF determina que o relator avalie o pedido de liberdade.

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O ministro Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou em despacho desta sexta-feira, 30, que os pedidos de revogação das prisões feitas na Operação Skala na quinta-feira serão apreciados depois de todos os depoimentos serem concluídos e de uma nova manifestação da Procuradoria-Geral da República sobre o caso. Barroso também afirmou que as defesas poderão ter acesso aos autos das investigações.

“Quanto aos pedidos de revogação das prisões temporárias, serão apreciados tão logo tenha sido concluída a tomada de depoimentos pelo Delegado encarregado e pelos Procuradores da República designados, ouvida a Senhora Procuradora-Geral da República”, decidiu o ministro Barroso.

Grecco, de 70 anos, foi o único dos presos que apresentou um habeas corpus ao Supremo contra a decisão de Barroso. Por isso a relatoria foi sorteada para outro ministro.

Os demais alvos da operação que já apresentaram um pedido de revogação terão o caso analisado pelo relator Barroso. Entre eles, estão os dois amigos próximos de Michel Temer presos, José Yunes e João Baptista Lima Filho, bem como Carlos Alberto Costa, sócio fundador da Argeplan, e Carlos Alberto Costa Filho, sócio da AF Consult – empresas que foram alvo da operação. O próprio Grecco também apresentou um pedido de reconsideração da prisão e ainda terá o caso analisado por Barroso.

Além deles, pediu liberdade Milton Ortolan, ex-chefe de gabinete do Ministério da Agricultura entre 2010 e 2011, quando a pasta era comandada por Wagner Rossi, que também foi preso nesta quinta. Embora algumas dessas petições estejam sob segredo de justiça, a intenção dos advogados é a revogação da prisão decretada pelo ministro Barroso.

A petição apresentada pelos advogados de Grecco traz um questionamento que poderá vir a ser repetido pelas defesas de outros investigados: o fato de que entre os elementos que basearam a operação está um inquérito arquivado pelo Supremo, em 2011, pelo ministro Marco Aurélio Mello.

“Toda a linha argumentativa usada pela PGR, conforme relata a decisão (de Barroso), se apoia em conteúdo de Inquérito Policial que se encontra arquivado por determinação do ministro Marco Aurélio, deste Supremo, e cujo desarquivamento ocorreu em completo desrespeito ao artigo 18 do Código de Processo Penal”, questionam os advogados criminalistas Fabio Tofic Simantob, Maria Jamile José, Débora Gonçalves Perez e Maria Tranchesi Ortiz. Os advogados dizem que Grecco não chegou sequer a ser ouvido nessa investigação.