A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, afirmou neste domingo, 28, que o TSE está “saindo muito maior destas eleições”, quando questionada sobre se o tribunal não teria sido derrotado no enfrentamento à disseminação de “fake news”. “Me permite afirmar com a maior tranquilidade que Justiça Eleitoral está saindo muito maior destas eleições”, respondeu a ministra.

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“Não houve uma intercorrência que não tivesse sido pelo menos encaminhada a apuração. Temos ações (apurando o assunto) que teremos resposta no tempo adequado, mas nós saímos sim vitoriosos destas eleições”, afirmou Rosa.

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A ministra ainda disse que as respostas da Corte em torno de notícias falsas que atacaram o sistema eleitoral necessitaram de uma posição mais veemente do TSE, enquanto que em relação às demais foi preciso haver cautela pelo risco de censura.

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“Essa desinformação, de fato, extrapolou as campanhas. De certa forma já era esperado, já que as mentiras existem desde o tempo que o homem surgiu. O que as distinguiu foi a velocidade da propagação. No momento em que se voltaram contra a credibilidade da Justiça Eleitoral, nós tivemos que nos posicionar com veemência”, disse a ministra.

Sobre a questão, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, destacou que o Ministério Público requisitou investigação sobre suspeitas de que empresas de tecnologia da informação disseminaram, de forma estruturada, mensagens em redes sociais relacionadas aos presidenciáveis, e também com relação a pessoas que estavam cometendo delito relacionado a disseminação de notícias falsas.

Dodge igualmente ressaltou o cuidado que deve ser tomado para que não haja ato de censura em torno do tema. “Mas sempre lembrando que numa sociedade justa livre democrática é importante não haver censura, a ação das autoridades é sempre após a ocorrência dos fatos”, observou.

O atual vice-presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, completou afirmando que campanha de desinformação “é hoje um problema mundial para o qual não há uma solução pré-pronta na prateleira jurídica”.

“É uma matéria que precisamos pensar e equacionar para não cairmos num mundo de censura. É uma questão em aberto, a comunidade mundial está em busca de soluções. Eu aceito sugestões”, disse Barroso, que assumirá a presidência do tribunal em maio de 2020.

Ameaças

Sobre notícias falsas e ameaças que feitas à presidência e outros ministros das Cortes Superiores, Rosa destacou que todas as ocorrências tiveram o devido acompanhamento e apuração. O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, acrescentou dizendo que todos os que desrespeitaram e agrediram ministros foram identificados e estão indiciados, e “vão responder a decisão da Justiça”.

Sem citar nomes, Jungmann comentou o caso do coronel da reserva Carlos Alves, que em vídeo publicado na internet fez ameaças à ministra Rosa, lembrando que ele está sendo monitorado pela Polícia Federal por tornozeleira eletrônica.