O secretário do Trabalho e Ação Social, Roque Zimmermann, atacou ontem o presidente estadual do PT, deputado estadual André Vargas. Integrante do primeiro escalão do governo, Padre Roque tomou as dores do governador Roberto Requião (PMDB), apontado por Vargas como um dos fatores que levaram o PT à derrota eleitoral no segundo turno em Curitiba. Já o líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado Natálio Stica, antecipou-se e saiu em defesa da manutenção da aliança entre PT e PMDB no Paraná.

Zimmermann e Vargas são antigos desafetos internos. O atual secretário perdeu a eleição para a presidência do diretório regional do PT para Vargas em 2000 por uma pequena diferença de votos. As relações nunca mais foram as mesmas depois da disputa. “Só leva a sério o André Vargas quem não sabe de que forma ele chegou à presidência do PT há três anos e de como se mantém no cargo até hoje.”

“Ter vencido Antônio Belinati em Londrina e com tão insignificante margem de votos não é cacife algum para tripudiar sobre companheiros e adversários que enfrentam paradas bem mais indigestas e que, apesar de derrotados nas urnas, saíram vitoriosos no processo”, disparou ontem o secretário. Já o líder do governo distribuiu um artigo analisando o resultado das eleições e assegurando que não há nenhuma ameaça à coalizão entre peemedebistas e petistas.

“Infelizmente, em Curitiba, Ponta Grossa e Maringá, meu partido não venceu as eleições. Isso não significa de forma alguma que estamos rompendo uma aliança vitoriosa que elegeu Roberto Requião governador do Paraná em 2002. Eu, o governador Requião, o Jorge Samek, o Tadeu Veneri, o Romanelli, o Rasca, o Nizan, o Vanhoni, o Péricles, entre tantos outros companheiros, estamos sim cada vez mais fortes e unidos nesta aliança que foi e será vitoriosa”, afirmou Stica.

O líder do governo não faz referência direta ao presidente de seu partido, mas relembrou o ditado popular segundo o qual “quem fala demais, dá bom dia a cavalo”.

Fogo amigo

O presidente do PT do Paraná revidou as insinuações feitas pelo secretário do Trabalho. “Desejo profundamente que o rendimento do titular da Secretaria do Trabalho melhore”, provocou o dirigente petista. E acrescentou: “Fui eleito de forma democrática e legítima pelo conjunto de filiados do partido. Durante meu mandato passamos de quatro deputados estaduais para nove e de dois deputados federais para seis. Elegemos um senador da República e, em 2004, pulamos de 10 prefeituras para 29. Isso é fruto de muito trabalho”, argumentou.

O presidente do PT disse que defende uma reavaliação da aliança entre PT e PMDB e não o rompimento dela. “Não indiquei ninguém para o governo e nem pretendo fazê-lo. Não tenho apego a cargos e quem está no primeiro escalão do governo é por decisão pessoal do governador Roberto Requião”, declarou.

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