Irritado com a análise das últimas eleições feita pelo deputado Rafael Greca (PMDB), o diretor-presidente da Cohapar e secretário geral do PMDB, Luiz Cláudio Romanelli, desautorizou-o em programa da rádio CBN, comparando-o ao personagem Sancho Pança, o fiel escudeiro de Dom Quixote, da obra prima de Miguel de Cervantes.
Rebatendo que o PMDB teve uma performance de sucesso, Romanelli rejeitou a tese do “encolhimento” do partido e sua migração para os chamados “grotões” e criticou Greca qualificando-o de “Sancho Pança da política paranaense”. O deputado reagiu com bom-humor e ironia, afirmando que o diretor da Cohapar lê pouco, “como poucas casas faz. Se conhecesse um pouco mais da obra de Cervantes, saberia que ser chamado de Sancho Pança é um elogio, porque ele representa a humildade, a bondade, e lealdade e o humanismo”.
Para Greca, o secretário mostrou-se descompensado pela realidade das urnas. “Para mim, desaforo é ausência de argumento e confirmação da derrota”. Segundo ele, a promessa feita por Romanelli de que o seu candidato à Prefeitura de Curitiba vai fazer uma gestão democrática é discurso vazio. “Os prefeitos vêm sendo eleitos democraticamente há 19 anos, desde 1985. E a população sabe disso, portanto, afirmar o óbvio é fácil. Quero ver a discussão prática, a discussão que a cidade merece, a discussão de propostas concretas e não o discurso eleitoreiro.”
E destilou: “Aliás, meu verso favorito da obra é aquele em que Sancho tenta hospedar seu burro na estalagem e a condessa pernóstica não deixa. Sancho então pergunta porque negar hospedagem a um animal se burro pode até ser secretário de Estado”.
