O governador Roberto Requião (PMDB) formalizou a indicação do deputado estadual Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) para a liderança do governo na Assembléia Legislativa. O ofício comunicando a nomeação de Romanelli foi enviado ontem à direção estadual do PMDB e à Assembléia Legislativa.
Integrante da linha de frente da antiga oposição ao ex-governador Jaime Lerner, o novo líder do PMDB ficou oito anos sem mandato. Nos últimos quatro anos, Romanelli esteve à frente da Cohapar. Agora, foi escolhido a dedo pelo governador para reger a bancada aliada no tom de esquerda que Requião pretende reforçar no seu terceiro mandato.
Romanelli acha que, apesar das diferenças, vai conseguir afinar a bancada em torno das propostas do governo. Oficialmente, o bloco é composto por 16 deputados peemedebistas, seis petistas e cinco dissidentes tucanos, e mais uma meia dúzia que ainda está conversando para decidir entre o alinhamento ao Palácio Iguaçu e a entrada no grupo de oposição.
Nessa fase de oscilação entre governo e oposição, estão as chamadas bancadas independentes. Uma delas é a do PTB. O novo líder do partido, Fábio Camargo, já está discutindo com Romanelli a posição do partido. ?Eles estão meio independentes e meio com o governo. Vamos continuar conversando?, definiu o líder. Os contatos incluem ainda a deputada do PV, Rosane Ferreira, e o deputado do PMN, Dr. Batista. Estes, segundo Romanelli, são independentes, mas trilham o caminho da aproximação com o governo.
Caso à parte
Os tucanos formam um grupo à parte na base aliada. Neste momento, depois dos desentendimentos entre o prefeito de Curitiba, Beto Richa, e o governador, os cinco deputados tucanos do bloco governista estão sendo convocados a irem para a oposição. Romanelli acredita que, por maior que sejam as pressões, não há risco de o governo perder os cinco votos. O novo líder do governo coloca em xeque a liderança do prefeito dentro do PSDB. ?Uma falsa questão está pautando essa discussão. O PSDB está mais para o Alvaro Dias do que para o Beto Richa. O Beto e o Scalco estão na berlinda, agora, mas o PSDB está mais para Alvaro Dias e Hermas Brandão. Se deixarem o Alvaro Dias solto, ele constrói uma base sólida?, disse romanelli.
Na análise do novo líder, o PSDB é heterogêneo, por natureza. ?Tem pessoas do PSDB que são dissidentes do PMDB, da esquerda do PMDB. Assim, como tem pessoas de espectro de direita. É uma miscelânea?, avaliou. Para Romanelli, o senador Alvaro Dias leva vantagem na queda-de-braço pelo poder no partido. ?Ele acabou de ser eleito para um mandato de oito anos. Já se lançou governador e tem essas expectativas. Já o prefeito tem uma reeleição pela frente no próximo ano. Acho que não tem como unir o partido, além dessa união que já existe entre o prefeito e o ex-deputado Scalco?, citou.