O prefeito de São José dos Pinhais, Ivan Rodrigues (PTB), na Região Metropolitana de Curitiba, foi o primeiro prefeito paranaense a anunciar filiação ao PSD o novo partido fundado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Candidato à reeleição, Rodrigues justificou a mudança de partido com o argumento de que sofria resistência interna no PTB.
A gota d’água para o prefeito, que disse nunca ter sido reconhecido por construir o partido no município a ponto de alcançar a principal prefeitura que o PTB administra na atual legislatura, foi o cancelamento da convenção municipal que o elegeu presidente estadual da legenda.
“Realizei a convenção, montamos a chapa, fomos eleitos e, em fevereiro, recebemos o comunicado que, por decisão nacional, todas as convenções municipais tiveram seu efeito anulado e que os municípios seriam comandados por comissões provisórias escolhidas pelo comando estadual”, contou. “Uma decisão nada democrática, que contraria tudo o que espero de uma agremiação partidária”, disse.
O prefeito de São José também criticou diretamente o comando do atual presidente estadual do partido, deputado federal Alex Canziani. “O partido virou um instrumento na mão do presidente estadual. Está monopolizado, todos sabem. Basta ver o último programa partidário na TV. Não era programa do partido, era programa do Canziani, não teve espaço para nenhuma outra liderança”, criticou.
“Seria muita incoerência continuar no PTB. Como recebi o convite dos deputados Eduardo Sciarra e Ney Leprevost, e a legislação permite a troca de partido para a fundação de um novo, estou me filiando ao PSD”, disse.
Apesar de o PSD ser sua única opção para não correr risco de sofrer processo de cassação por infidelidade partidária, Rodrigues disse que identifica-se com o partido e com seus futuros colegas. “Em qualquer partido, a disputa por espaço e as opiniões diferentes são naturais, mas participando do processo de fundação, você pode colocar muito da sua experiência e do que pensa no programa partidário. Hoje o PSD é meu partido do coração”, disse.
Rodrigues concorda com a postura de Kassab de não classificar o PSD como um partido de oposição. “É coerente. Não há mais aquele conceito de esquerda e de direita. A oposição sistemática têm violentado nossos parlamentares, que, por questões eleitorais, têm de atuar contra suas convicções”, comentou.
