O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), desistiu de iniciar as obras de construção do novo anexo da Câmara dos Deputados. Maia alegou que não é o momento de a Casa utilizar recursos públicos para a construção de um novo prédio.

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Maia comunicou nesta terça-feira, 19, o primeiro secretário da Mesa Diretora, Beto Mansur (PRB-SP), que não levará adiante o projeto que foi bandeira de campanha do ex-presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A Casa já havia desembolsado R$ 50 mil para os primeiros trabalhos de escavação para reconhecimento do solo. Maia afirmou que a modernização do complexo pode ser feita “no momento adequado, quando o País estiver voltando a crescer economicamente”. “No momento de crise, não cabe esse investimento do meu ponto de vista”, destacou.

O presidente demonstrou preocupação com a percepção da sociedade sobre o gasto extra. “Não era uma boa sinalização para quem precisava reformar e diminuir o Estado, nós estamos investindo um volume grande de dinheiro da Câmara dos Deputados. Deixa o dinheiro aplicado, a taxa de juros está alta, esse dinheiro vai rendendo. Neste momento, acho que a sinalização da construção de um novo anexo não vai cair bem aos ouvidos da sociedade”, completou.

Inicialmente foi cogitado a construção do novo anexo com a participação privada, mas não houve interesse das empresas. Assim, o projeto do antigo “Parlashopping” – que custaria R$ 1 bilhão – foi abandonado e a Mesa Diretora decidiu gastar R$ 320 milhões do próprio bolso na construção que abrigaria apenas gabinetes e expandiria a antiga estrutura da Câmara, sem lojas.

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Os recursos que seriam empregados na obra eram da venda da folha de pagamento dos servidores em 2007, período da gestão do petista Arlindo Chinaglia (SP), quando se arrecadou R$ 200 milhões. Os recursos foram transferidos para o Tesouro e estima-se que hoje a Casa disponha de R$ 400 milhões.

Pauta

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Maia deixou nesta noite seu gabinete com a intenção de levar ao presidente em exercício Michel Temer a pauta da Câmara. Segundo o deputado, a primeira matéria a ser votada em agosto, na volta do recesso, será o projeto da renegociação da dívida dos Estados porque não há nenhuma Medida Provisória trancando a pauta. Ele disse que o jantar dessa noite com Temer e o presidente do Senado, Renan Calheiros, será importante para construir uma pauta harmônica entre Legislativo e Executivo.

O presidente definiu que na primeira semana de trabalho em agosto os trabalhos começarão na segunda-feira (1º), com almoço reunindo líderes partidários e sessão plenária das 17h às 22h. No dia seguinte, haverá votações das 10h às 21h e na quarta-feira haverá trabalhos até às 16h.

Hoje, Rodrigo Maia se comprometeu em votar o pacote das 10 medidas de combate à corrupção encampadas pelo Ministério Público até 9 de dezembro, dia internacional de luta contra corrupção. “É uma data simbólica, vamos trabalhar para isso. O importante é terminar o ano com essa matéria aprovada”, argumentou.