O governador Roberto Requião (PMDB) lançou, ontem, em Brasília, sua pré-candidatura à presidência da República. O anúncio foi feito em entrevista coletiva na sala da Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
Pouco antes, o presidente estadual do PMDB, Waldyr Pugliesi, acompanhado dos presidentes do partido em Santa Catarina, Eduardo Pinho Moreira, e no Rio Grande do Sul, Pedro Simon, foram até a direção nacional do PMDB registrar oficialmente a pré-candidatura de Requião.
A viagem do governador a Brasília foi considerada missão oficial do governo, sendo, assim, bancada com recursos do Estado. O vice-governador Orlando, Pessuti (PMDB) declarou, ontem, na “Escola de Governo”, que Requião estava em Brasília para fazer articulações políticas com o objetivo de aumentar os recursos destinados ao Paraná no Orçamento Federal.
“Conversei com deputados federais e estaduais e ajustamos procedimentos para as conversações com o relator do orçamento, deputado Geraldo Magela”, disse Pessuti, durante a “escolinha”.
De acordo com Pessuti, o governador Roberto Requião foi a Brasília, para conversar com deputados e ministros para estruturar ações junto ao relator do orçamento, procurando aumentar os recursos do governo federal em todas as áreas.
“O Paraná tem feito historicamente muito mais do que os outros e feito sozinho, muitas vezes sem a ajuda do governo federal”, declarou. Hoje, já pela manhã, o governador já tem compromisso em Foz do Iguaçu.
Na coletiva, Requião anunciou que sairá em pré-campanha já neste final de semana, visitando os estados do Mato Grosso do Sul e Tocantins. No Mato Grosso, Requião reúne na sexta-feira (4) as lideranças peemedebistas e simpatizantes da candidatura própria do partido.
No domingo, 6, Requião participa da convenção estadual do Tocantins. A eleição será realizada das 9 às 17 horas, na sede do PMDB, em Palmas. Requião prepara ainda visitas aos estados do Piauí, Sergipe e Acre.
A pré-candidatura de Requião foi uma resposta da corrente do PMDB que não concordou com a forma como a direção do partido conduziu o acordo firmado com o PT em que o partido apoiaria a candidatura da ministra Dilma Rousseff e, em troca, teria o direito de indicar o candidato a vice-presidente.
A posição foi tirada de reunião realizada no último dia 21, em Curitiba, com a participação de representantes de 15 diretórios estaduais. A maior queixa do grupo é que nenhum estado foi consultado sobre o acordo, fechado em reunião das direções nacionais das duas legendas.
O governador lembrou que desde 1994 o maior partido do País não tem candidato a presidente e negou que sua pré-candidatura tenha interesse em obter vantagens políticas.
“Não compro e não vendo posição política”, disse Requião, que se irritou com um jornalista que perguntou porque a TV Educativa do Paraná cobria um evento do PMDB.