O governador Roberto Requião assume nesta quinta-feira a presidência do Codesul, conselho que reúne os Estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. A região, dona de 11% da área territorial brasileira, tem cerca de 27 milhões de habitantes e é responsável por um PIB estimado em mais de R$ 200 bilhões. Criado para fortalecer o desenvolvimento econômico e social da região, o Codesul, afirma o governador, terá agora ações mais efetivas à integração ao Mercosul. "Este será um marco político e histórico ao bloco do Mercado Comum do Sul. O fortalecimento dos laços vai transformar os quatro estados em agentes principais de negócios com os países do Mercosul."
Segundo o governador, a integração ao Mercosul virá da união com as províncias que fazem fronteira com os estados-membros. "Vou retomar os contatos com a Comissão Regional de Comércio Exterior do Nordeste Argentino (Crecena) para estabelecer políticas públicas de ações comuns", adianta. "Vamos também buscar recursos de 1 milhão de euros a fundo perdido junto à União Européia para a capacitação de gestores locais num plano de cooperação fronteiriça."
Durante a posse, Requião deve receber representantes da Junta da Galícia, região da Espanha que possui cooperação similar com o Norte de Portugal. A junta poderá ser o instrumento capacitador de lições práticas para o Codesul a partir deste ano.
Além da Junta da Galícia e da participação dos governadores dos estados-membros, a posse de Requião irá contar pela primeira vez na história do Codesul com a presença de três governadores e três representantes de províncias da Argentina. Do governo federal, estarão presentes o sube-chefe de Assuntos Federativos da Presidência da República e representantes do Comissariado Brasileiro, responsáveis pelo evento "Ano do Brasil na França", onde o Codesul já prepara sua primeira iniciativa conjunta com uma missão reunindo os quatro estados, em Paris.
Estados
Dentro da esfera nacional, o Codesul vai promover uma série de ações articuladas para pleitos. "Vamos exigir com firmeza o crédito de ICMS das exportações dos estados. ?Também é preciso equalizar a questão dos preços do gás natural que vem da Bolívia para aliviar os custos das empresas", acrescenta.
Dos avanços que o Paraná e o Codesul estão prestes a conquistar, Requião afirma que o BID está aprovando recursos para o Prodetur-Sul. "São US$ 150 milhões para os quatro estados na área de infra-estrutura voltada ao turismo, uma reivindicação vinda do Codesul", explica.
Além da presidência do Codesul, o Paraná também irá ocupar a secretaria-executiva do grupo. O cargo será ocupado pelo advogado Santiago Gallo, também coordenador de Assuntos Internacionais e do Mercosul do governo do Paraná.
Para Gallo, as políticas públicas direcionadas ao Mercosul também serão voltadas aos estados-membros do Codesul. "Parcerias para defesa sanitária, saneamento, abordando o Aqüífero Guarani, passando por políticas de segurança pública, promoção comercial e a execução de um plano diretor de transporte integrado entre os estados deverão ser prioridades da gestão do governador Requião", afirma.