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Rio tem líderes no ranking de doadores eleitorais

Os dois únicos candidatos a prefeito com mais de mil doadores de campanha no País, Marcelo Freixo (PSOL) e Pedro Paulo (PMDB), disputam a prefeitura do Rio em condições muito diferentes, embora estejam tecnicamente empatados, com outros três adversários, em segundo lugar nas pesquisas eleitorais. Até domingo, 25, Pedro Paulo tinha R$ 7,9 milhões em doações declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 13 vezes e meia os R$ 577,4 mil arrecadados por Freixo.

No caso do candidato do PMDB, que havia recebido recursos de 1.758 pessoas até a semana passada, as empresas, agora proibidas por lei de contribuir com campanhas, foram substituídas por grandes empresários. Muitos têm algum tipo de vínculo com a prefeitura.

Entre todos os candidatos a prefeito do País, Marcelo Freixo é o líder disparado no número de doadores de campanha: 3.461, até a sexta-feira, 23. Após registrar a candidatura no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o representante do PSOL lançou um site específico para a arrecadação, associado à campanha “eu financio Freixo”. Artistas como Caetano Veloso, Marieta Severo, Gregório Duvivier, Zezé Polessa e Patrycia Travassos gravaram vídeos, ao lado de voluntários anônimos da campanha, para divulgar o financiamento coletivo. “Estamos unindo pessoas que acreditam em outra forma de fazer política, coletiva, transparente”, diz a atriz Marieta Severo.

Em mensagem aos eleitores, Freixo lembrou que, desde 2014, o PSOL não aceita doações de empresas. Em 2012, quando o partido ainda recebia doações de empresas, Freixo diz ter recebido colaboração “de 600 pessoas e apenas três empresas”.

Entre os principais doadores de Freixo estão os atores Vladimir Brichta e Mateus Solano, com R$ 4 mil cada um. O escritor e teólogo Frei Betto e a atriz Eliane Giardini doaram R$ 1 mil. Caetano Veloso colaborou com R$ 100, segundo prestação de contas enviada ao TSE.

Conexões

Sócio do grupo Hypermarcas, Marcelo Henrique Limírio Gonçalves, que doou R$ 200 mil à campanha de Pedro Paulo, é um dos donos do Hotel Nacional (São Conrado, zona sul), que, em obra, aguarda aprovação da Secretaria Municipal de Urbanismo para a construção de novas torres (13 andares cada). A secretaria informou que analisa o pedido.

Roberto Kreimer, doador de R$ 100 mil, é dono da Kreimer Engenharia, construtora do AquaRio, aquário na zona portuária erguido em terreno cedido pela prefeitura e que será aberto ao público em novembro.

Também doaram a Pedro Paulo a empresária Gabriela Lobato (R$ 50 mil), da BR Marinas, que administra a Marina da Glória, uma concessão da prefeitura, e Azis Chidid Neto (R$ 113 mil), do grupo Assim Saúde, que atente os servidores municipais.

“Fiz a referida doação espontaneamente, por entender que a candidatura de Pedro Paulo representa a continuidade de uma gestão em que acredito”, disse Gabriela Lobato por meio da assessoria de imprensa. “A liberdade para apoiar candidaturas em eleições é um dos pontos basilares de um estado democrático de direito. A única premissa é o respeito às regras de norteiam as eleições.”

Também por meio de sua assessoria, Kreimer disse apenas que “a doação foi feita dentro da lei, com transparência” e que “os valores estão declarados e são públicos”.

Pedro Paulo recebeu R$ 150 mil do ex-secretário estadual de Saúde Sergio Côrtes, que mora nos Estados Unidos. O candidato do prefeito Eduardo Paes (PMDB) também recebeu colaborações de 57 servidores municipais, no valor de R$ 5 mil cada, somando R$ 285 mil. Pedro Paulo diz não ter “preconceito” no recebimento de doações, “desde que sejam feitas dentro da ética e da lei”. O fato de alguns empresários terem ligações com a prefeitura não é impeditivo das doações, afirma.

“A lei não impede doações de pessoas vinculadas a empresas com qualquer ligação com governos. Estou captando sem qualquer preconceito em relação a A, B ou C”, disse o peemedebistas. Sobre os servidores, Pedro Paulo diz que eles “abraçaram a causa” de sua campanha. “Eles me conhecem como gestor e me veem como alguém que vai tratá-los com respeito e sem demagogia.”

Além da arrecadação 13 vezes e meia maior que a de Freixo, Pedro Paulo tem quase 20 vezes mais tempo de TV. São 3,5 minutos para o candidato do PMDB, que disputa em coligação de 15 partidos, e 11 segundos para o deputado do PSOL, coligado apenas com o PCB. O Datafolha aponta Freixo com 10% e Pedro Paulo com 9%. No Ibope, os dois têm 9%. O líder é Marcelo Crivella (PRB). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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