O governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), pré-candidato a presidente, vai a Brasília na quarta-feira (18) para registrar, na sede nacional do partido, a inscrição às eleições prévias que definirão, em março, o nome do peemedebista que disputará a Presidência da República contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com isto, a ala de oposição ao governo espera consolidar a opção do partido pela candidatura própria a presidente nas eleições gerais de outubro.
Apesar de os governistas ainda manterem de pé a alternativa de uma composição com o PT de Lula na corrida presidencial, os adversários da administração federal acreditam que o registro da candidatura Rigotto pode criar um fato consumado. É que, até agora, apenas o secretário de Governo e Coordenação do Estado do Rio, Anthony Garotinho, havia registrado o nome para disputar as prévias e, como se trata de um cristão novo no PMDB, boa parte dos governistas desdenhava do sucesso desta investida.
"Além do perfil sério e competente, Rigotto tem história no PMDB, enquanto a história de Garotinho no partido é curta", resume o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), certo de que o governador do Rio Grande do Sul terá sucesso nas prévias, com o apoio da grande maioria dos nove governadores da legenda e de peemedebistas influentes, como o senador Pedro Simon (RS). Rigotto ainda poderia concorrer à reeleição a governador. Segundo Perondi, no entanto, ele conseguiu convencer o diretório estadual da sigla de que a presença dele na disputa nacional é mais importante.
Acusado de trabalhar nos bastidores para compor com o PT na corrida sucessória, o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), descarta, enfaticamente, a hipótese de ter o nome como candidato a vice-presidente na chapa de Lula. Para afastar os rumores de uma chapa conjunta, Calheiros lançou a candidatura de um outro gaúcho pela sigla: o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Nelson Jobim.
"Se o Jobim entrar nas prévias, será um bom candidato", anima-se Perondi, Salienta, contudo, que as eleições internas do PMDB deverão ser adiadas por uma ou duas semanas porque foram marcadas justo para a época do Carnaval, em 5 de março. "Mas não acredito que Renan trabalhe para que as prévias não se realizem até 31 de março", provoca Perondi, para quem o adiamento significaria a cassação das candidaturas de todos aqueles que precisam deixar os cargos públicos que ocupam para participar das eleições de outubro, como manda a Lei Eleitoral.
Embora alguns governistas digam que o governador decidiu se lançar na briga nacional por causa de dificuldades eleitorais no Estado, Perondi afirma que ele teria cacife para vencer a eleição ao governo no primeiro turno. Diz o deputado que o desempenho de Rigotto é avaliado como bom ou regular por cerca de 70% do eleitorado gaúcho. "Ele é o governador brasileiro que mais investimentos externos trouxe para seu Estado", afirma Perondi, ao destacar que, só nos últimos três anos, os novos investimentos somaram cerca de R$ 14 bilhões