Cotado para disputar com o ex-governador carioca Anthony Garotinho a indicação para ser o candidato do PMDB à sucessão presidencial do próximo ano, o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, disse que o seu partido será a alternativa dos eleitores para fugir à polarização entre as candidaturas do PSDB e PT. Rigotto reuniu-se anteontem à noite em Curitiba com o governador Roberto Requião (PMDB) na Granja do Canguiri e participou ontem da abertura do I Seminário Econômico Codesul-Japão.
Conforme a assessoria de Requião, o governador gaúcho não confirmou se irá apresentar seu nome às prévias marcadas para o dia cinco de março do próximo ano. Garotinho é até agora o único inscrito junto ao diretório nacional do partido. Nesta etapa, Rigotto, assim como Requião, está mais empenhado em garantir a realização do processo de escolha do candidato próprio à presidência, ameaçado pela ala governista do partido, liderada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, que articula para indicar o candidato a vice-presidente na chapa do PT à reeleição. Requião, por sua vez, avisou aos peemedebistas paranaenses que não vai se inscrever, embora o prazo para a apresentação de nomes termine apenas em fevereiro, pouco antes do dia marcado para as prévias.
Rigotto defendeu a presença do partido no processo eleitoral do próximo ano, para que deixe a posição de coadjuvante de outras forças, como ocorreu nas duas eleições presidenciais anteriores. Em 2002, o PMDB forneceu o candidato a vice-presidente – a ex-deputada Rita Camata – na chapa do tucano José Serra. Em 98, o PMDB não lançou candidato e apoiou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
"O PMDB terá candidato próprio à Presidência da República. O PMDB não pode ficar a reboque de outros partidos. Ele tem que resgatar sua identidade e apresentar um projeto nacional. Tem que ter suas bandeiras. Não pode abrir mão disso", declarou o governador do Rio Grande do Sul.
Terceira via
Rigotto acredita que a candidatura do PMDB é o caminho para reapresentar as bandeiras do partido e o projeto nacional que está sendo debatido em todo o País, a partir de uma proposta elaborada pelo ex-presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) economista Carlos Lessa.
"Acredito que essa prévia vai acontecer e teremos nosso candidato escolhido pela maioria. A partir dessa prévia teremos a escolha de um nome que, com certeza, será uma terceira via das eleições do ano que vem, que para muitos será polarizada entre o PT e o PSDB. Esta terceira via será o candidato do PMDB, que terá um projeto nacional e as bandeiras que o partido perdeu ao longo do tempo", declarou.
Para o governador gaúcho, não será fácil unir o partido para a sucessão presidencial. O processo de prévia seria uma forma de reaglutinar as forças internas, desde que houvesse um compromisso de respeito à escolha do partido. "Se isso acontecer, o PMDB vai sair fortalecido e, através da mobilização do partido, a terceira via se tornará viável para chegar ao segundo turno e até mesmo para ganhar as eleições".
