O Ministério Público do Estado do Paraná (MP-PR) denunciou 13 pessoas na tarde desta terça-feira (25), na esteira da Operação Rádio Patrulha, deflagrada no último dia 11. Entre os denunciados, está o ex-governador do Paraná e candidato ao Senado Beto Richa (PSDB). O irmão do tucano, Pepe Richa, ex-secretário de Infraestrutura e Logística, também está entre os denunciados, assim como Luiz Abi Antoun, primo de Beto Richa e pivô da Operação Publicano. Outro denunciado é Aldair Wanderlei Petry, o Neco, ex-diretor-geral da pasta comandada por Pepe Richa.
Entre os crimes apontados pelo MP estão corrupção passiva, corrupção ativa e fraude a licitação. O foco da denúncia envolve direcionamento da licitação feita no âmbito do programa Patrulha do Campo, lançado em 2011 pelo governo do Paraná, e também desvio de dinheiro, a partir dos contratos firmados com as empresas Cotrans Locação de Veículos Ltda, Ouro Verde Transporte e Locação S.A., e Terra Brasil Terraplanagem Ltda-ME. O programa consistia no aluguel de maquinário de empresas, por parte do governo do Paraná, para melhorias em estradas rurais. Mais de R$ 70 milhões foram reservados para o programa, na época.
Já Fernanda Richa, esposa de Beto Richa e também investigada, acabou não sendo denunciada nesta peça. Nem o contador Dirceu Pupo, responsável pela administração de empresas da família Richa. Tanto Fernanda Richa quanto Dilceu Pupo foram presos temporariamente no âmbito da Operação Rádio Patrulha – todos foram liberados por decisão do ministro Gilmar Mendes, do STF.
Estão no rol de denunciados ainda os ex-secretários da gestão Richa (PSDB) Deonilson Roldo (Comunicação Social), Ezequias Moreira Rodrigues (Cerimonial e Relações Exteriores), Edson Casagrande (Assuntos Estratégicos), além dos empresários Celso Frare (Ouro Verde) e Joel Malucelli (J. Malucelli).
Quatro nomes ligados a Edson Casagrande também foram denunciados: os irmãos Túlio Bandeira e André Bandeira; e os irmãos Emerson Savanhago e Robison Savanhago. Os quatro teriam ajudado Casagrande a participar da licitação do programa Patrulha do Campo, através da empresa Terra Brasil. O advogado Túlio Bandeira já foi candidato ao governo do Paraná e é ex-chefe de gabinete do deputado estadual Ademar Traiano (PSDB).
O caso chegou ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do MP, através de um delator, o empresário e ex-deputado estadual Tony Garcia, quem teria montado o esquema de corrupção, “convalidado” por Beto Richa. Na denúncia, o MP narra que o então governador do Paraná era o “principal destinatário final das vantagens indevidas prometidas pelos empresários” e estava “plenamente ciente das tratativas e reuniões realizadas, notadamente através de seu então amigo Tony Garcia”.
Outro lado
A assessoria de imprensa de Beto Richa informou que a defesa do tucano vai se manifestar em instantes, por meio de nota.
A reportagem ligou no escritório responsável pela defesa de Deonilson Roldo, que ficou de retornar o contato.
O advogado de Ezequias Moreira informou que ele “apresentará sua defesa nos autos demonstrando sua plena inocência”.
A defesa de Joel Malucelli declarou que, “a partir da acusação, ele vai demonstrar perante o Juízo que não fraudou qualquer licitação nem efetuou qualquer pagamento ilícito a agentes públicos”.
A reportagem tenta contato com as defesas dos demais denunciados.
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