O deputado federal Ricardo Barros (PP) entregou ontem ao presidente estadual do PMDB e líder do governo na Assembléia Legislativa, Dobrandino da Silva, cópia do seu projeto de decreto legislativo transferindo por noventa dias a administração do Porto de Paranaguá à União. Criticado pela iniciativa, que é vista pelo governo do estado como uma forma de preparar a privatização do Porto, Barros disse que está disposto a debater a medida com o Palácio Iguaçu.
Barros afirmou a Dobrandino que irá participar da audiência pública proposta sobre o tema pelo presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB) e também de um debate com o administrador do Porto, Eduardo Requião, e um representante da Antaq (Agência de Transportes Aquaviários), sugerido pelo deputado Rafael Greca (PMDB), cujo requerimento foi aprovado ontem, pela Assembléia. Greca defendeu também a participação dos deputados Eduardo Sciarra (PFL) e Abelardo Lupion (PFL) no debate, que ainda não tem data marcada. Sciarra e Lupion votaram a favor do projeto de Barros na Câmara Federal.
Segundo Barros, o governador pode impedir a aprovação do seu projeto no Senado se fizer as mudanças na administração do Porto recomendadas pela Antaq e pelo Tribunal de Contas da União. "Se o governador atender às condições dos dois relatórios, poderá pedir aos senadores que o projeto seja retirado", afirmou o deputado, repetindo que não tem a intenção de privatizar o terminal, mas proteger os direitos dos produtores. Além de problemas de infra-estrutura, como a falta de ampliação de um cais, o deputado do PP também inclui a proibição ao embarque e desembarque de produtos transgênicos como um dos pontos que justificam a intervenção da União no Porto.
Ontem, o governo recusou um pedido de Barros para expor suas posições sobre o Porto na reunião semanal do secretariado, que é realizada todas as terças-feiras. O secretário da Casa Civil disse que a "escolinha" do governador não é o espaço adequado para o deputado do PP justificar seu projeto.
