Ricardo Barros (com Severino Cavalcanti): alvo principal dos defensores do porto.

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Bombardeado pelo governo do Estado e alvo principal de um ato público que está marcado para sábado, dia 30, em Paranaguá, o deputado federal Ricardo Barros (PP) disse ontem que é contra a privatização do porto de Paranaguá. Foi uma reação ao movimento "O Porto é Nosso" lançado pelo Palácio Iguaçu e aliados, que acusam Barros de ter apresentado o projeto de decreto legislativo suspendendo a autorização para o estado administrar o porto como um primeiro passo para entregar a gestão do Porto à iniciativa privada.

Ontem, Barros divulgou uma nota afirmando que não aprova a privatização do porto e que sua iniciativa de propor o decreto não teve essa finalidade. "Não é este o objetivo do decreto legislativo", afirmou o deputado. Ele disse que sua posição é de apoio ao setor produtivo, que reclama da gestão de Eduardo Requião, irmão do governador Roberto Requião (PMDB).

O deputado tem divulgado diariamente trechos dos relatórios da Agência de Transportes Aquaviários (Antaq) desaprovando a administração do Porto e citando as falhas observadas por técnicos que estiveram fiscalizando o terminal em algumas ocasiões. "O governador Roberto Requião não tem argumentos para rebater os relatórios técnicos realizados pela Antaq, TCU e TCE , que comprovam a má administração da APPA e por isso tenta mudar de assunto e fica discutindo a privatização dos Portos", afirmou.

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Barros diz que, além de não permitir a exportação de produtos transgênicos, a administração atual não cumpre a determinação da Agência de reestruturar administrativamente o terminal e vem agindo de forma a elevar os custos de operação do Porto "desrespeitando direitos trabalhistas, dando fim a contratos firmados na administração anterior sem providenciar nova contratação dos serviços, rompendo convênios, intervindo negativamente na organização do trabalho portuário e descurando da segurança e da higiene na área do porto".

Mobilização

O governo segue divulgando adesões à posição de não devolver o Porto à União. Ontem, o presidente da Câmara de Vereadores de Quatro Barras, Ângelo "Lara" Andreatta (PMDB), disse que já conseguiu o apoio dos presidentes das câmaras de vereeadores de vários municípios da Região Metropolitana contra o decreto legislativo de Barros, que para valer tem que ser aprovado ainda pelo Senado. 

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