O resultado do segundo turno das eleições em Curitiba, Londrina, Maringá e Ponta Grossa provocou algumas alterações no equilíbrio de forças entre os partidos. A vitória do PSDB em Curitiba, o maior colégio eleitoral do Estado, fortaleceu não apenas os tucanos, mas seus aliados nesta eleição, como o PDT. Embora o PMDB continue sendo o partido que elegeu o maior número de prefeitos -120 cidades – e o PT ostente a posição de terceira maior força eleitoral do Estado, com vinte e nove prefeituras eleitas e mais de um milhão de votos nominais, a oposição aos governos estadual e federal saiu mais robusta das urnas no segundo turno.

O PSDB, que também ganhou a eleição em Ponta Grossa, irá administrar 51 cidades no Estado. O PDT elegeu 44 prefeitos e irá comandar algumas cidades de médio porte, como Foz do Iguaçu e Paranaguá. Outros partidos menores, como o PP, acabaram subindo no ranking. O PP venceu as eleições em Maringá, o terceiro maior colégio eleitoral no Estado. O prefeito eleito Sílvio Barros II derrotou o prefeito João Ivo Calefi (PT).

O PP somou trinta e nove prefeituras ao todo no Estado. Entre elas, além de Maringá, o PP ganhou a eleição em Guarapuava, Araucária e Toledo. Já o PPS, que não se alinha à oposição, mas também não está entre os aliados do governador Roberto Requião (PMDB), também ganhou espaço na eleição municipal. Elegeu os prefeitos de 34 cidades.

Disparos

A busca de explicações para a derrota em Curitiba acabou criando um mal-estar entre o presidente estadual do PT, André Vargas, e o PMDB. Vargas disse que o resultado em Curitiba pode ser atribuído a diversos fatores e citou como um deles as críticas que o governador Roberto Requião (PMDB) fez ao governo Lula. “Além das alianças formatadas de forma inadequada no Estado, as críticas do Requião ao governo Lula contribuíram para esse resultado na capital”, afirmou Vargas, acrescentando ainda que PMDB e PT jamais se entenderam na coordenação da campanha em Curitiba.

Os peemedebistas reagiram. O secretário da Casa Civil, Caíto Quintana, disse que o PMDB não contabiliza como suas as derrotas do PT. “O PMDB, no segundo turno, trabalhou em apoio às candidaturas do PT. Apesar de termos feito o máximo, não conseguimos as vitórias que almejávamos. Mas isso também não enfraquece nossa aliança com o PT. Uma disputa municipal é uma coisa. Uma disputa estadual é outra”, disse. E acrescentou: “O André Vargas não está refletindo o pensamento do PT. O André tem um problema pessoal com o governo. E além disso, ele está comemorando a vitória em Londrina, quando nós estamos entristecidos em Curitiba”, disse Quintana.

O secretário do diretório estadual do PMDB, Luiz Cláudio Romanelli, disse que os resultados eleitorais em Curitiba, Ponta Grossa e Maringá fazem parte de um fenômeno maior. “Esses resultados não podem ser vistos isoladamente. Na região Sul do País, o PT perdeu em todas as cidades. A exceção foi em Londrina. Tem que haver uma leitura destes resultados”, comentou Romanelli.

Futuro

Os adversários não fazem distinção entre o governo Lula e o governo estadual. O presidente estadual do PDT, senador Osmar Dias, disse que a vitória da aliança PDT-PSDB em Maringá e Curitiba teve um significado especial. “Foi uma eleição desaprovando as políticas dos governos federal e estadual. O eleitor deu um recado. O de que está na hora de colocar um fim na velha política da agressão e das falsas promessas. E a leitura que fazemos é que estamos no fim de um ciclo, em que as lideranças tradicionais vão ser substituídas por novas”, comentou o senador.

O número de prefeituras, por partido

PARTIDO

N.º PREFEITOS ELEITOS

PMDB

120

PSDB

51

PDT

44

PP

39

PPS

34

PT

29

PFL

25

PTB

24

PL

10

PSL e PSB

7

PRP

4

PSC, PSDC, PHS, PT do B e PTC

1

TOTAL

399

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