Provocado pelo governador Roberto Requião (PMDB) que, ontem, durante a escola semanal de governo, cobrou a votação do piso salarial regional, o presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), disse ontem que no dia 5 de maio, o peemedebista vai receber de volta a mensagem aprovada pela maioria dos deputados estaduais. "Não aceito esse tipo de críticas nem do governador nem de ninguém. Nós temos um cronograma de discussão do projeto e ele será cumprido. No dia 5, data do meu aniversário, vou mandar a mensagem aprovada de presente para o governador", reagiu Brandão, quando questionado por deputados que pediram uma posição diante da acusação do governador de que a Assembléia Legislativa está retardando a apreciação da matéria.
Brandão reafirmou que a votação está marcada para os dias 3 e 4 de maio e que os deputados ainda vão ouvir a posição da Associação Comercial do Paraná, hoje, e da Federação da Agricultura do Paraná, na próxima segunda-feira, dia 1.º. Ontem, foi a vez da central sindical CGT, que defendeu o novo piso, que varia entre R$ 427 e R$ 437.
Brandão afirmou que a mensagem do governador deverá ser aprovada pela unanimidade do plenário. Ontem, a liderança da oposição anunciou que todos os deputados do bloco votarão a favor da proposta do governador. "Pela primeira vez, o governador vai ter unanimidade em plenário. Ele precisa parar com esse jogo de faz de conta de ficar criticando a Assembléia. Toda a bancada de oposição é favorável", afirmou o líder do bloco, Valdir Rossoni (PSDB).
Para o líder do PFL, Plauto Miró Guimarães, o partido é a favor da proposta. Mas criticou o fato de Requião ter decidido enviar a proposta à Assembléia Legislativa em ano eleitoral. "Ele poderia ter feito isso antes. Mas vamos votar a favor porque, embora os empresários argumentem que têm dificuldades para pagar esse valor, entendo que é mais dinheiro na economia e uma coisa puxa a outra", afirmou.
O líder do PDT, Luiz Carlos Martins, resumiu o espírito da oposição: "quem seria besta de votar contra?". O deputado pedetista Augustinho Zucchi reafirmou: "não há um único deputado que tenha se posicionado contra a matéria".
O líder do PT, deputado Ângelo Vanhoni, disse que a bancada vai aprovar o projeto. "Vamos votar a favor. Tem um deputado nosso que já havia proposto isso ao governador. O PT encaminhou a discussão sobre o salário mínimo de referência em várias assembléias legislativas do país", declarou Vanhoni.
A criação do salário mínimo regional representa uma injeção entre R$ 46 milhões e R$ 66 milhões mensais na economia do Paraná e vai beneficiar, direta e indiretamente, entre 190 mil e 600 mil trabalhadores, apontaram nesta terça-feira (25) os representantes das três centrais sindicais – NCST, CGT e Cut -, do Dieese e da Delegacia Regional do Ministério do Trabalho.
Apoio externo
Durante a escola de governo, Requião recebeu o apoio ontem dos representantes da Nova Central Sindical dos Trabalhadores, da Confederação Geral dos Trabalhadores e da Central Única dos Trabalhadores.