O governador Roberto Requião está disposto a percorrer o país discutindo o projeto do PMDB, elaborado sob a coordenação do economista Carlos Lessa para ser apresentado na sucessão presidencial de 2006. Lessa estará no comando de um ciclo de debates que o diretório nacional inicia no dia 12 de setembro, em Curitiba. O governador paranaense vai hospedar a primeira rodada e deve acompanhar as demais pelo país afora, mas o Palácio Iguaçu garante que, por enquanto, não se trata de uma pré-campanha para disputar a indicação do partido à sucessão presidencial.
Para o governador, o momento não é de discussão de candidaturas, mas de um debate sobre o projeto do PMDB para a sociedade brasileira. O programa do PMDB "Para Mudar o Brasil" foi lançado no início do mês, em Brasília, onde a direção nacional e os governadores, mais uma vez, anunciaram que farão uma prévia para definir um nome que os representará na disputa da presidência da República, no próximo ano.
As inscrições para as prévias já estão abertas. Seriam encerradas em dezembro, mas depois de uma conversa anteontem com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Nelson Jobin, os peemedebistas pensam em estender o prazo. A cúpula do partido ouviu de Jobin que ele precisa de mais tempo para pensar se irá participar do processo de disputa interna.
Fim de semana
O Palácio Iguaçu informou que se o governador decidir mesmo participar de todo o ciclo, suas viagens serão feitas durante os finais de semana. Lessa e seus colaboradores irão fazer o debate em todos os estados para coletar novas sugestões que integrariam a versão final do programa apresentado para a direção nacional e os governadores do partido.
O governador do Paraná tem dito que sua posição continua a mesma desde o momento em que a atual direção do PMDB passou a admitir e a trabalhar com a possibilidade de lançar um candidato próprio à sucessão presidencial. Um grupo do qual Requião passou a fazer parte desde o início deste ano, quando o partido se dividiu entre os que pregavam a continuidade do PMDB no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ala, liderada pelo presidente nacional do partido, Michel Temer.
Para Requião, não há sentido em citar nomes de prováveis candidatos a estas alturas do processo político. Conforme o Palácio Iguaçu, o governador acha que o partido tem a oportunidade de mostrar para a sociedade que tem uma saída a oferecer ao país. Uma das soluções apontadas no documento produzido por Lessa e equipe é a mudança na política econômica.
Sondagem
Por enquanto, Requião não se inscreveu às prévias do partido, que já tem o ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, como um dos nomes apresentados. Mas o governador do Paraná autorizou a inclusão do seu nome numa eventual pesquisa interna de popularidade que o diretório nacional venha a realizar. São citados ainda o nome do governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, e o governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos.
