Na lata!

Requião, relator do projeto de abuso de autoridade, diz que daria tapa no focinho de jornalista

Foto: Pedro Serápio.

O senador Roberto Requião (PMDB´PR) se envolveu em mais uma polêmica. Desta vez, em entrevista para o programa Timeline Gaúcha, ele discutiu com o apresentador e desligou o telefone na cara dos jornalistas e dos ouvintes. Ele foi entrevistado no programa para falar sobre a votação do abuso de autoridade, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

Em determinado momento da entrevista, quando o jornalista Luciano Potter perguntou se o senador estava comprando carnes no Uruguai, Requião explodiu. “Rapaz, se você estivesse comigo na presença você teria recebido um tapa no focinho com essa pergunta. Que falta de respeito, moleque. Tome jeito, moleque, sem vergonha”, disse Roberto Requião antes de desligar o telefone.

Durante a bronca de Requião o jornalista tentou se justificar afirmando que as pessoas que moram no Rio Grande do Sul têm o costume de ir comprar carne no país vizinho.

O projeto

A proposta tem sido alvo de críticas, especialmente de membros do Ministério Público e do Judiciário, que estão pressionando os parlamentares por mudanças em pontos da proposta.

Erva estragada

Requião não deglutiu bem as críticas do juiz Sérgio Moro ao projeto de abuso de autoridade do qual é relator. No melhor estilo de abuso de autoridade, o senador preferiu atacar o magistrado ao invés de discutir a matéria tecnicamente:

“Eu diria que o Moro andou fumando erva estragada porque o meu projeto não diz isso. Meu projeto não criminaliza o erro, que é corrigido em instâncias superiores. O projeto diz que a interpretação divergente, necessariamente razoável, ou seja, a lei diz não, a interpretação não pode dizer sim, não será punida. Ela [interpretação] deve ser necessariamente razoável e fundamentada. Eu jamais iria punir um equívoco de interpretação de um juiz”, disse.

Moro havia dito que “ninguém é favorável ao abuso de autoridade”, mas que “é necessário que a lei contenha salvaguardas expressas para prevenir a punição do juiz (…) pelo simples fato de agir contrariamente aos interesses dos poderosos”. “A redação atual do projeto, de autoria do senador Roberto Requião e que tem o apoio do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), não contém salvaguardas suficientes”, escreveu o magistrado.

 

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