O governador Roberto Requião reagiu de forma bastante ríspida à multa de R$ 200 mil, aplicada no dia 24 de junho, por descumprir determinação do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que o proibia de ataques a instituições e adversários políticos na reunião semanal com o secretariado, transmitida pela Rádio e Televisão Educativa (RTVE). "Podem me multar à vontade", afirmou ele na reunião desta terça-feira (8). "É uma coação uma ameaça continuada, é uma chantagem exigindo o silêncio do governador do Paraná, o que não vai acontecer em hipótese alguma".

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Segundo Requião, o valor atribuído às multas é "absurdo". "Estou recorrendo dessa questão, mas há meses que o governador do Paraná está censurado", reclamou. "Essas multas estão indo muito além das possibilidades patrimoniais de um governador e de um homem de 67 anos que trabalhou a vida inteira". Ele já tinha recebido multa de R$ 50 mil em janeiro e de R$ 200 mil em fevereiro.

As declarações desta terça podem acrescentar mais R$ 200 mil nas contas. O Ministério Público Federal (MPF) tem requisitado as gravações das reuniões transmitidas pela televisão. "A atitude só ratifica o uso inapropriado da emissora estatal de televisão e rádio", disse a procuradora Antonia Lélia Sanchez, autora da ação, por meio da assessoria de imprensa.

Em seu pronunciamento, Requião fez uma comparação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "E o Lula, hein? Nas televisões públicas diz o que quer a todo momento e critica quem quer. Quando é que vão começar a censurar o presidente da República também?", disse. "Acabem de uma vez com a liberdade de expressão no País e instituam um governo diferenciado a partir de serviços públicos (Ministério Público) que se consideram poderes".

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