Foto: Washington Rosa/SECS
Desembarque de Requião está previsto para hoje, mas ele só reassume o governo na segunda-feira.

Há quinze dias fora do País, divididos entre a França e Portugal, o governador Roberto Requião (PMDB) retorna hoje ao Paraná. Embora reassuma o governo somente na próxima segunda-feira, dia 11, Requião volta com uma agenda política que começa por uma conversa franca com os deputados sobre a escolha do candidato do partido à presidência da Assembléia Legislativa, mas que inclui também algumas questões de ordem administrativa. Uma delas é saber se demite ou não coletivamente secretários e cargos comissionados para recontratar novamente, pelo menos em parte, no próximo mandato.

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O secretário da Casa Civil, Rafael Iatauro, disse ontem que há uma dúvida no governo se no fim deste mandato do governador, em 31 de dezembro, também expiram os contratos dos cargos em comissão, preenchidos ao longo desses quatro anos. Iatauro disse que a situação não está contemplada em lei. ?Aprovaram a reeleição, mas não regulamentaram essas questões. E nós ficamos na dúvida porque embora seja o mesmo governador, não é o mesmo período governamental e os cargos de confiança foram nomeados para este período?, explicou.

Alguns setores do governo têm argumentado que o ex-governador Jaime Lerner, na transição do seu primeiro mandato para o segundo, em dezembro de 98, baixou vários decretos exonerando os comissionados e ocupantes de cargos de confiança. Depois de empossado no segundo mandato, fez novos decretos renomeando a maioria dos auxiliares de primeiro, segundo e terceiro escalões.

A decisão sobre o que fazer ganha uma dimensão política já que Requião havia decidido que não iria alterar uma única posição na equipe antes de tomar posse. Os decretos de dispensa, ainda que apenas para cumprir uma formalidade, podem causar insegurança e instabilidade no grupo, e é tudo o que o governador não quer neste momento.

Sucessão

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Requião já vai encontrar resolvidas algumas situações que estavam em aberto antes da viagem. Entre elas, a eleição no PMDB. A uma semana da convenção do PMDB, que renova a direção estadual, já está tudo alinhavado para a eleição do ex-secretário de Desenvolvimento Urbano Renato Adur para a presidência do partido. As discordâncias e ruídos de comunicação internos foram contornados e caberá ao governador bater o martelo sobre a eleição do seu ex-secretário.

A vaga de secretário-geral já está reservada para o presidente da Juventude estadual do partido, João Arruda. Os demais cargos da executiva serão definidos durante a semana. O atual presidente do partido no Estado, deputado Dobrandino da Silva, deverá continuar fazendo parte da executiva estadual. A direção do partido já começou a convocar os cerca de quinhentos integrantes do diretório, distribuídos entre todos os municípios onde o PMDB está organizado, para que estejam em Curitiba no domingo, dia 17.

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Outro ponto de tensão eliminado foi a definição do vice-governador Orlando Pessuti quanto à sua permanência no governo. Anteontem, o vice-governador finalmente oficializou sua desistência da vaga de conselheiro do Tribunal de Contas. Mas o que deixou o governador mais satisfeito, segundo o chefe da Casa Civil, foi a decisão do presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), de concorrer à vaga.