No encontro que manteve com os deputados estaduais da sua base de sustentação na noite de terça-feira, no Palácio Iguaçu, o governador Roberto Requião (PMDB) disse que a próxima categoria a passar por um processo de reestruturação salarial é a dos professores e servidores das universidades estaduais, que são 13.700 em todo o Estado. Requião não estabeleceu prazos, mas disse que está em estudos pelas secretarias de Administração, de Ensino Superior, Ciência e Tecnologia e da Fazenda uma proposta para "corrigir distorções" nos salários pagos pelas universidades estaduais. As desigualdades salariais consideradas significativas pelo governo seriam geradas por gratificações incorporadas aos vencimentos e por dedicação em tempo integral.
A proposta do governador, se antecipando a um movimento que está sendo gestado pela categoria em defesa de reposição salarial, é elevar apenas os vencimentos mais baixos, conforme o relato de alguns deputados que participaram da conversa no Palácio Iguaçu. No decorrer do encontro, Requião citou que há professores em algumas universidades estaduais recebendo R$ 16 mil mensais e funcionários com aposentadorias de R$6 mil. Alguns deputados, como os petistas Tadeu Veneri e André Vargas, duvidaram dos valores e pediram um levantamento completo para identificar esses casos que acreditam sejam "isolados", já que a maioria dos professores das instituições de ensino superior ganharia em média R$ 4 mil num estágio mais avançado da carreira.
No limite
Conforme divulgou a assessoria de comunicação do Palácio Iguaçu, o governador reconhece que os salários do pessoal das universidades estaduais estão congelados há dez anos, mas que as correções devem ser feitas dentro dos limites do caixa estadual. "Professores bem remunerados sim, na medida das possibilidades do Estado, que ao contrário da União, não imprime dinheiro. Mas nós temos que mexer nos salários porque já são dez anos de congelamento. Temos que fazer um esforço para equiparar os salários e depois para ter a folha salarial das universidades centralizada", afirmou o governador.
O líder da bancada do PMDB, deputado Antônio Anibelli, disse que a intenção do governador é arrumar o quadro de carreira das universidades, tentando reduzir diferenças entre salários de uma mesma instituição e entre elas. Segundo Anibelli, o estudo que está sendo conduzido pela secretária da Administração vai mostrar com clareza o quadro, para que o governo possa formular sua proposta. "O governador quer saber quem ganha mais e quem ganha menos", comentou.
A secretária da Administração informou aos deputados que amanhã, dia 3, haverá a primeira reunião de trabalho para fazer o projeto para as instituições de ensino.