Requião quer Copel fora do pool do setor elétrico

O governador Roberto Requião (PMDB) está tentando fechar um acordo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para deixar a Copel de fora do pool de empresas do setor proposto pela Medida Provisória 144, editada pelo Ministério das Minas e Energia. Este foi um dos assuntos discutidos na reunião de anteontem em Brasília entre Requião, Lula e o chefe da Casa Civil, José Dirceu. Embora o acordo não tenha sido confirmado pelo Palácio Iguaçu, este foi um dos motivos mais importantes que levou Dirceu a convidar o governador para o encontro.

O acerto dos governos estadual e federal em relação ao pool proposto pelo novo modelo energético nacional esbarra, porém, em entrave político. Caso feche o acordo com o Paraná, Lula teria que fazer o mesmo com o governo de Minas Gerais, já que o governador Aécio Neves (PSDB) também reivindica este benefício para a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais). Assim como a Copel, a Cemig alega que teria prejuízos com a formação do pool, já que ambas produzem energia elétrica a custo baixo e estão entre as maiores empresas geradoras do País.

Críticas

A MP 144 recebeu várias críticas do governador Roberto Requião (PMDB), que chegou a ameaçar acionar a Justiça para impedir que a Copel seja obrigada a integrar o pool. O tema já foi objeto de várias reuniões entre autoridades dos governos federal e estadual, mas as conversas continuam. A polêmica é um dos assuntos que seriam discutidos em Curitiba na semana retrasada pelo governador Roberto Requião e pelo presidente da Copel, Paulo Pimentel, com a ministra Dilma Rousseff. Ela viria à capital para assinar convênios com a Eletrosul, mas acabou cancelando a viagem, adiando uma solução para o problema.

Requião disse que a sua intenção é insistir em um entendimento com o Ministério das Minas e Energia para evitar que o caso acabe na Justiça. Mas, caso isto não seja possível, o governador afirma que poderá acionar o ministério ainda neste mês. A posição do Palácio Iguaçu sobre o novo modelo energético do País foi comunicada oficialmente por meio de carta enviada há cerca de um mês pelo governador ao presidente Lula e aos ministros José Dirceu e Dilma Rousseff.

Um dos pontos mais polêmicos que opõem o governo Requião ao Ministério das Minas e Energia é a proibição de que as empresas desenvolvam atividades de venda de energia para consumidores livres, exceto quando praticando tarifas reguladas. No entendimento do governador, estes artigos prejudicam a Copel porque a empresa ficaria sujeita à perda de consumidores de seu mercado de energia.

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