O governador Roberto Requião (PMDB) chamou a base aliada para uma conversa hoje no Palácio Iguaçu, marcada para o final da tarde. O líder do governo na Assembléia Legislativa, Dobrandino da Silva (PMDB), disse que Requião não adiantou o assunto, mas acredita que vários temas podem ser abordados na reunião, como transformação da Emater de empresa pública a autarquia. A matéria divide a base aliada e, por enquanto, sua votação está suspensa até que o governo tenha certeza que o projeto será aprovado. Requião quer conversar com os deputados peemedebistas e os líderes dos partidos aliados, o PT, PPS, PTB, PL e PP.
Hoje, antes da reunião com Requião, o procurador-geral do Estado, Sérgio Botto de Lacerda, tem um encontro com o líder do governo na Assembléia Legislativa e os deputados da base de apoio para debater o assunto. Alguns deputados governistas acham que, em ano pré-eleitoral, é eleitoralmente pouco estratégica a votação da mudança de regime jurídico da Emater, uma empresa de extensão rural que faz contato direto com a população. Dobrandino também tem que ter uma base segura amanhã, dia 1.º, quando o presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), pretende submeter à votação em plenário, o veto do governador ao artigo do projeto de orçamento deste ano, que estabelece o pagamento de reposição salarial aos servidores públicos estaduais no mês da data-base, fixada em junho. A liderança quer manter o veto. O Fórum de Servidores Públicos Estaduais promete fazer uma manifestação nas galerias do plenário nesta quarta-feira para pressionar pela rejeição ao veto.
"Vamos ter que conversar melhor sobre isto", afirmou o líder do governo quando Brandão confirmou que estava disposto a colocar o veto em votação. O presidente da Assembléia argumentou que se o veto do governador for rejeitado, não haverá reposição salarial automática aos servidores. " O governo não fica obrigado a nada. Não é derrubando o veto que o reajuste será garantido. A diferença é que haverá uma dotação que o governo pode usar ou não", justificou o deputado tucano.
Casa Civil
Outro assunto indigesto que pode entrar na pauta do encontro entre o governador e seus aliados deve ser a coordenação política do governo. Embora a assessoria de Requião tenha assegurado na semana passada que o secretário Caíto Quintana permanecerá na chefia da Casa Civil e não está mais interessado em ser indicado para a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas, o dono da vaga, Rafael Iatauro, que está para se aposentar, ainda cobra uma posição do governador. Iatauro diz que foi convidado para assumir a Casa Civil e que o convite não foi retirado.
Requião também tem que decidir quem irá indicar para a vaga de conselheiro no lugar de Quintana. Há pelo menos um deputado interessado: o líder da bancada do PMDB na Assembléia Legislativa, Antônio Anibelli. Mas o líder do governo acha que o governador dará um jeito de abrigar Iatauro em outra secretaria e, neste caso, quem for desalojado para dar lugar ao conselheiro, pode ser contemplado com a indicação para o Tribunal de Contas. O nome da vez é o de Renato Adur, da Ssecretaria de Desenvolvimento Urbano.