Requião pede investigação sobre Ponta do Félix

O governador Roberto Requião (PMDB) sugeriu e parte da oposição está disposta a investigar as negociações sobre a venda da participação da Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, na concessão de operação dos terminais portuários da Ponta do Félix, em Antonina.

Durante a Escola de Governo, ontem, Requião pediu a saída do presidente da Fundação Copel, Edilson Bertholdo, acusado de contrariar orientação do governo para comprar a parte da Previ.

Bertholdo não pode ser exonerado pelo governador. Sua demissão depende de aprovação do Conselho Deliberativo da Fundação Copel, formado por seis membros, metade dos quais indicados pela direção da estatal.

O jogo de interesses na venda da participação da Previ levou o deputado Durval Amaral (DEM), a propor na semana passada um pedido de convocação de Bertholdo, que foi aprovado pelo plenário.

Amaral disse que dispõe de documentos indicando que o presidente da Fundação teria atuado de forma a beneficiar um grupo privado, interessado no arrendamento dos terminais, feito pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), em 1995, em um contrato que vence somente em 2017.

Desobediência?

Fábio Alexandre
Requião quer afastar Bertholdo.

Requião disse que havia determinado à Fundação Copel e à Appa que comprassem as ações do Previ, dona de 43,40% da participação acionária. A Fundação Copel, como já é dona de 20,41% das ações da empresa Terminais Portuários Ponta do Félix, poderia exercer o direito de preferência na compra das ações, alegou o governador.

Ele pretendia que a Fundação comprasse a parte da Previ e integrasse o terminal ao Porto de Paranaguá. Porém, segundo o governador, o Porto declarou a intenção de compra, mas o presidente da Fundação Copel abriu mão do direito de preferência, o que permitiu que as negociações avançassem com outra empresa, a Equiplan, que apresentou proposta.

Ainda de acordo com Requião, a desistência da Fundação Copel deixou brecha para o Previ fechar a venda com a Equiplan. A informação oficial do governo é que esse grupo já consumou a compra da parte da Previ.

“Eu fui enganado pela Fundação Copel. Ou ignorância absoluta ou má-fé mesmo. Eu quero convidar a oposição para me ajudar a deslindar este processo”, disse. Para Amaral, primeiro é preciso ouvir o que tem a dizer o presidente da Fundação Copel.

Durval Amaral disse ainda que o assunto pode gerar uma Comissão Especial de Investigação (CEI) no Legislativo. Amaral disse que as suspeitas sobre o presidente da Fundação Copel é de que ele teria atuado para beneficiar uma segunda empresa.

O deputado afirmou que o presidente da Fundação Copel é suspeito de ter quebrado a cláusula de confidencialidade que envolveram as negociações para a venda da participação da Previ.

Como acionista, ele teria tido acesso às propostas do grupo Equiplan e vazado as informações para os concorrentes. A reportagem tentou ouvir Bertholdo, mas ele já havia encerrado o expediente. Ainda não há data para que ele compareça à Assembleia Legislativa.

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