Adversário de 2006 e ponto de resistência nas negociações com o PT para 2010, o senador Osmar Dias (PDT) foi, mais uma vez, a alternativa buscada pelo governador Roberto Requião (PMDB) para tentar, em Brasília, viabilizar soluções para o Estado.
O líder do PDT no Senado, que é autor do projeto de resolução que acaba com as multas cobradas pelo Tesouro Nacional ao Paraná por conta dos títulos podres do Banestado, usou a tribuna do Senado para pedir, ontem, mais recursos para a educação superior no Estado.
O pedido foi motivado por carta enviada por Requião, solicitando ajuda. O documento também foi enviado a outros parlamentares paranaenses em Brasília. “Parece estranho, mas vou ler aqui uma correspondência que recebi e que acho importante registrar nos Anais do Senado”, foi assim que Osmar Dias iniciou seu pronunciamento de ontem.
Na carta, Requião pede, “em nome do povo paranaense, apoio junto ao Ministério da Educação a fim de compensar as perdas sofridas ao longo dos anos” e mostra as diferenças entre os repasses feitos pelo governo federal aos três estados do Sul como investimentos em educação superior.
Segundo o quadro apresentado pelo governador, o Paraná recebeu R$ 56 milhões do governo federal em 2008, enquanto Santa Catarina recebeu R$ 180 milhões e Rio Grande do Sul, R$ 240 milhões.
Como solução ao pedido do governador, Osmar defendeu projeto de sua autoria, aprovado nesta semana pelo Senado, mas que ainda tramitará na Câmara, que prevê participação do governo federal no custeio das universidades estaduais.
“O que eu estou propondo é que pelo menos 50% daquilo que os Estados gastam com suas universidades estaduais sejam de responsabilidade do Governo Federal”, disse.
Como justificativa, Osmar indicou que o Paraná investe R$ 1,2 bilhão por ano em suas universidades estaduais e que as instituições como UEL, UEM, UEPG e Unicentro, entre outras, oferecem ensino gratuito a estudantes paranaenses e de outros estados, sem nenhuma restrição.
“Quem paga o imposto, que banca as universidades estaduais do Paraná são os paranaenses, mas lá não estudam só paranaenses, mas metade dos estudantes vem de outros estados. O paranaense não pode pagar a conta sozinho. E é por isso que eu acho mais barato, inclusive, para ao Governo Federal, ao invés de criar tantas outras universidades federais, proceder da seguinte forma: ajudar a sustentar as universidades estaduais. Defendo que o governo federal arque com metade do custeio”, disse.
Assim, como solução para o problema de falta de recursos para a educação no Estado, Osmar propôs ao governador que pressione a bancada da Câmara, para que o projeto seja votado ainda este ano.
“Enviei a seguinte resposta ao governador: “Podemos ajudar. Reúna a bancada de deputados federais do Paraná e faça com que se interessem por esse projeto”, disse.
