Não há unanimidade no PMDB do Paraná sobre a convocação de prévias no segundo semestre deste ano para que os filiados do partido escolham o candidato à presidência da República nas eleições de 2006. O governador Roberto Requião já torceu o nariz para a idéia. Disse ontem que seria mais importante se o partido se dedicasse a formular um programa de governo para o País, para depois decidir se lança candidato próprio ou se faz aliança para concorrer à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Já o presidente estadual do partido, deputado Dobrandino da Silva, disse que é favorável à realização das prévias e ao lançamento de candidato próprio.
Para o governador, a consulta aos filiados sem dispor de uma proposta é "uma brincadeira". Requião acha que o PMDB deve abrir um ciclo de debates e depois, decide como participa da eleição. "Sem um programa de governo que marque o desejo do partido e a forma como quer participar da política nacional, não se pode falar em prévias", afirmou.
Citado como um possível pré-candidato do partido à presidência da República, o governador do Paraná prefere dizer que é candidato à reeleição. "Ele sempre diz que não quer concorrer à presidência, que não é candidato, mas é óbvio que se ocorrer a prévia, o nome dele certamente será lembrado", afirmou Dobrandino. Ele assegura que a maioria dos peemedebistas hoje no País aprova a participação do partido com candidato próprio na sucessão presidencial. Dobrandino lembrou que a última vez em que o partido concorreu foi com o ex-deputado Ulisses Guimarães, em 89.
Para o presidente estadual do PMDB, a disputa presidencial não exerce atração sobre o governador, nem a especulação de que o presidente Lula está propenso a escolher um governador do Sul para ser candidato a vice-presidente na chapa da reeleição. "Eles são amigos, mas o Requião não seria candidato a vice", afirmou o dirigente peemedebista.