O governador licenciado Roberto Requião (PMDB) tem certeza que vence a eleição no primeiro turno. Em visita, ontem, à redação de O Estado do Paraná, o governador afirmou que, apesar de ter perdido alguns pontos percentuais na preferência do eleitor, em Curitiba, na última semana, não vai deixar escapar a reeleição amanhã, dia 1.º. ?Já ganhei no primeiro turno. Não há a menor hipótese de eu perder uma eleição para o Osmar Dias?, afirmou.
Requião disse que, nos últimos dias, tem sido alvo de uma guerra de informações que teve o objetivo de tentar envolvê-lo com o policial civil Délcio Razera, acusado de operar um sistema de escuta telefônica clandestina. O governador afirmou que alguns veículos de comunicação montaram o que chamou de uma ?armadilha? para ele, ao associá-lo a Razera. ?Não sabia quem era Razera. Sei que se tratava de um funcionário da Casa Civil, que trabalhou no Banestado, na época do Lerner. Assim como também esteve à disposição da Assembléia Legislativa e que foi para a Casa Civil, a pedido de algum deputado?, disse.
Segundo o governador, informações falsas foram divulgadas pela imprensa nacional sobre o caso. ?Uma inverdade foi apresentada de forma a transformar o governador no autor de uma patifaria feita no governo anterior?, disse Requião. Ele citou que as gravações ilegais de conversas telefônicas remontam há seis anos, quando o governador era Jaime Lerner (PSB). ?Tem grampo de quando eu era senador, de quando convocava pessoas para comparecer à CPI?, relatou Requião, referindo-se à fase em que atuou como relator da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Precatórios, no Senado.
Requião disse que sua assessoria jurídica requereu a quebra de sigilo telefônico de alguns jornalistas que produziram reportagens sobre um depoimento de Razera à Promotoria de Investigações Criminais do Ministério Público Estadual sem o seu prévio conhecimento. O governador declarou que é preciso investigar e identificar responsabilidades. ?Se foi a PIC que fez essa montagem ou se foi um jornalista que montou essa farsa a mando de um editor. Quero saber quem montou isso?, afirmou o governador.
?Este grampo não existiu. Eu não fui grampeado, secretário algum foi grampeado. E, ninguém sabe de onde saíram essas fitas. A grande indagação é de onde saíram essas fitas? São do Razera ou de outra natureza? Isso foi uma montagem?, disse o governador, destacando que o ?Razera é o bode expiatório desse processo eleitoral. Mas, tudo isso será esclarecido. Isso não foi suficiente para derrubar a eleição. Nós vamos ganhar. Não tenho dúvidas disto?, declarou Requião.
Disputa
O governador reuniu-se com a militância em Curitiba anteontem à noite, em uma reunião no Clube Thalia, retransmitida para os diretórios do interior. Ele pediu que entre hoje e amanhã todos participem do esforço final da campanha. ?Mandei ir para o combate?, afirmou o peemedebista.
Ele comentou que o auge do desgaste com o episódio Razera já passou e que as pesquisas de intenções de votos divulgadas esta semana ainda captaram seus efeitos junto ao eleitorado. Mas que outras pesquisas, realizadas em seguida, já mostram que o impacto é menor sobre o eleitorado da capital e Região Metropolitana. ?As pesquisas começaram no meio do tiroteio. Mas eu já ganhei no primeiro turno?, afirmou.
Sobre a eleição para o Senado, o governador afirmou que acredita na eleição da candidata do PT, Gleisi Hoffmann, a quem apóia. ?Ela pode se eleger?, disse o governador, que lamentou ter sido impedido pela Justiça Eleitoral de pedir votos para Gleisi no horário eleitoral gratuito.