Os servidores públicos estaduais cumpriram a determinação do governador Roberto Requião e trabalharam ontem até as 18h. Alguns não tinham o que fazer; outros estavam com a mesma quantidade de trabalho dos dias normais. Nenhum funcionário quis admitir publicamente, mas muitos deles comentaram informalmente que estavam descontentes com o fato de terem de trabalhar neste final de ano. Muitos servidores tiveram que alterar as programações para as festas. O recesso coletivo – que iria do dia 24 até o dia 4 de janeiro – foi suspenso pelo governador no último dia 20. Os servidores só não trabalham hoje e no dia 1.º de janeiro.
A decisão de revogar o decreto que concedia férias coletivas neste período foi tomada por Requião depois que sindicatos de algumas categorias de servidores públicos entraram na Justiça para que o governo do Estado não descontasse os dias do recesso das férias regulares dos funcionários. Foi concedida uma liminar a favor dos sindicatos. Para não cumprir a determinação, o decreto que concedia as férias coletivas foi revogado.
Quando determinou o recesso coletivo, o Estado alegou que nesta época do ano não há necessidade de se manter toda a estrutura operacional da máquina pública funcionando. Além disso, seria a oportunidade para os servidores passarem as festas com familiares e amigos ou viajar.
No Palácio das Araucárias, ontem, o governador despachou normalmente. Os funcionários da Casa Civil tinham bastante trabalho para colocar tudo em ordem e não parariam de qualquer jeito no final do ano. Requião aproveitou para passar por todos os andares do prédio e conferir o movimento dos servidores. Secretários também marcaram presença no Palácio.
A procura pelos órgãos que fazem atendimento direto ao público foi baixa ontem. Na Agência do Trabalhador da Rua Pedro Ivo, no centro de Curitiba, apenas 17 pessoas tinham aparecido na unidade entre 7h e 9h30. Em dias normais, neste mesmo espaço de tempo, são atendidas, em média, 200 pessoas. A Agência do Trabalhador vai funcionar neste final de ano, menos hoje e no dia 1.º de janeiro.
Na Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), o movimento foi um pouco maior. Como o órgão divulgou que funcionaria hoje, algumas pessoas aproveitaram o tempo livre para resolver pendências. Foi o caso da corretora de vendas Margarete Figueiredo, que foi fazer uma reclamação sobre uma instalação de cerca elétrica. ?Vim justamente porque sabia que estaria mais tranqüilo do que nos dias normais. Assim, eu espero bem menos?, afirma.
