Arquivo / O Estado
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Requião: advogados vão analizar se houve ofensa pessoal ao governador.

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O governador Roberto Requião (PMDB) e o superintendente do Porto de Paranaguá e Antonina, Eduardo Requião, estudam ingressar com uma ação para retirar do ar os programas do PFL que estão sendo exibidos no horário gratuito destinado aos partidos pela Justiça Eleitoral.

Nas inserções partidárias, levadas ao ar às segundas, quartas e sextas-feiras, durante toda a programação das emissoras de rádio e televisão, o PFL critica a administração do Porto de Paranaguá e acusa o governador de tentar impedir a realização de uma auditoria no terminal paranaense. Os advogados do governador e do superintendente do Porto de Paranaguá estão analisando o conteúdo dos programas para demonstrar que houve ofensa pessoal. A idéia é requerer o horário correspondente para apresentar uma resposta às acusações. No programa, o PFL afirma que a forma de gerenciamento do Porto deu um prejuízo de R$ 1,5 bilhão ao Paraná.

A fonte dos números citada no programa é a Faep (Federação da Agricultura do Paraná), entidade que contesta sistematicamente a política de proibição da exportação dos produtos transgênicos pelo Porto adotada pelo governador paranaense. O programa ataca também o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fazendo referências indiretas à crise política, citando que o governador do Paraná é um aliado do presidente.

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Ao levar para o horário partidário suas críticas sobre a administração do Porto, a assessoria do governador entende que o PFL desrespeitou a legislação eleitoral. O entendimento é que o horário está sendo usado para ataques pessoais, extrapolando a destinação legal que é a apresentação dos programas e teses do partido.

Os ataques do PFL à administração do Porto de Paranaguá reforçam a posição da bancada estadual do partido que vem criticando o veto à exportação dos produtos transgênicos. Um dos deputados federais do partido, Eduardo Sciarra, é um dos defensores da intervenção federal no Porto. O requerimento aprovado pela Câmara Federal tem como justificativa da suspensão da delegação da administração do Porto ao governo a proibição ao embarque e desembarque dos produtos geneticamente modificados. O projeto de decreto está dependendo de votação no Senado.

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Ontem, o governador passou parte da tarde gravando a propaganda do PMDB que também será exibida em várias inserções diárias a partir de 3 de outubro. De acordo com a assessoria do governador, os pequenos programas vão se limitar a abordar as realizações do governo peemedebista no estado.

Emília está preparando a sua volta

Exilada politicamente desde sua saída do governo em 98, a ex-vice-governadora Emília Belinati está de volta ao cenário. Emília reapareceu na propaganda partidária que o PFL está exibindo ao longo do dia na programação das emissoras de rádio e televisão. Emília é uma das integrantes da chapa de pré-candidatos à Câmara Federal do partido em 2006.

Vice-governadora nos dois mandatos do ex-governador Jaime Lerner, depois de um mandato como deputada estadual, Emília projetava uma candidatura ao Senado ou à Câmara Federal em 2002 – queria ser a primeira mulher a ser eleita deputada federal pelo Paraná – quando começaram as denúncias contra o marido, o ex-prefeito de Londrina Antônio Belinati (PSL), cassado em 2001, acusado de improbidade administrativa.

Emília encerrou o mandato como vice-governadora e embora continuasse participando do diretório estadual do PFL, somente reapareceu politicamente na campanha às eleições municipais do ano passado, quando Belinati concorreu novamente à prefeitura, tendo sido eliminado no primeiro turno.

O vice-presidente estadual do PFL, deputado Durval Amaral, disse que a vice-governadora é uma das "puxadoras de votos" da chapa de deputados federais do partido e que ficou a salvo do desgaste político do ex-prefeito de Londrina. "Ela tem identidade própria e um eleitorado cativo em Londrina. E nós precisamos eleger uma representante mulher na Câmara Federal", afirmou Amaral.

Retorno

Além da ex-vice-governadora, o ex-ministro da Saúde Alceni Guerra também vai tentar o seu retorno político na chapa de candidatos a deputado federal do PFL. Guerra chegou a participar do atual governo – ocupou um cargo de diretor do Lactec (Laboratório Central de Tecnologia) a convite do governador Roberto Requião (PMDB), a quem apoiou em 2002 – mas ficou por pouco tempo.

Amaral afirmou que a programação do partido é lançar chapa completa à Câmara Federal. E que, por isso, a lista de pré-candidatos já está pronta com trinta nomes, assim como a chapa de pré-candidatos a deputado estadual, com 54 indicados. (EC)