Nos derradeiros sete dias da campanha eleitoral, os principais candidatos ao governo do Estado usam as armas que têm para alcançar os resultados que esperam. No núcleo central da campanha do governador licenciado Roberto Requião (PMDB), o clima é de prudência. Mesmo com as pesquisas de intenções de voto demonstrando que ele pode ser reeleito no primeiro turno, a ordem geral é não dormir no ponto para impedir o avanço dos adversários.
?Eu tenho confiança na vitória. Nós vamos bem. O Datafolha nos dá 48%. Isso significa 56% dos votos válidos, mas eu não vou afrouxar até o ultimo minuto. A campanha continua e os companheiros estão mobilizados. Não tem essa história de já ganhou. Pesquisa é sempre uma coisa relativa e nós vamos manter a luta para continuar este governo bom que estamos fazendo no Paraná?, afirmou o governador, em entrevista a uma emissora de rádio no interior do Estado. Ele manteve a vantagem na pesquisa Ibope, divulgada um dia depois dos números do Datafolha na sexta-feira, embora os demais candidatos tenham conquistado posições juntos aos eleitores.
Para o senador Osmar Dias (PDT), segundo colocado nas pesquisas de intenções de votos, seu crescimento de 25% para 28%, mostrado pelo Ibope, é o sinal mais evidente de que haverá segundo turno. ?Estamos subindo e nosso adversário mostra que empacou. Já temos um encontro marcado no segundo turno. Vamos nos encontrar e, então, será olho no olho?, afirmou o senador.
Osmar comentou que sempre acreditou na realização do segundo turno e comparou o governador Roberto Requião ao ex-técnico da seleção brasileira de futebol Carlos Alberto Parreira. ?Ele se acha um Felipão, mas está mais para o Parreira, que chegou na Copa dizendo que ia vencer sem ao menos disputar e não passou da segunda fase?, atacou. O senador considera inevitável que as pesquisas mostrem esta semana o seu crescimento e dos demais candidatos. ?Os números estão sendo ajustados?, disse.
Apelo
O candidato da coligação Voto Limpo, Rubens Bueno (PPS), que passou de 5% para 8% na pesquisa Ibope, está disparando e-mails para eleitores fazendo um apelo final para ganhar votos. No e-mail, o candidato diz que esta é uma campanha diferente das anteriores e que o eleitor não deve dar atenção às pesquisas de intenções de votos. ?Com as novas regras eleitorais e com o descontentamento da população diante da enxurrada de escândalos que abalaram os alicerces da política nacional, o eleitor não vai se deixar enganar por promessas fáceis. Nem dará atenção aos números das pesquisas e só vai revelar seu voto na urna. Como a eleição será decidida na última hora, o esforço de cada militante ou simpatizante será importante para que eu chegue ao segundo turno. Aí será uma nova eleição?, diz o e-mail de Bueno.
Fé na militância
O candidato da coligação Paraná Unido, senador Flávio Arns (PT), também subiu dois pontos percentuais nas pesquisas, passando de 4% para 6%. Ele está confiante que os votos que não aparecem agora vão se revelar nas urnas. Arns acha que os cerca de 16 mil filiados e militantes do PT do Paraná e os integrantes dos movimentos sociais vão fazer a diferença para ele no dia 1 de outubro.
A estratégia da coordenação da campanha da coligação ?Paraná Unido? nesta última semana é intensificar a campanha de rua. ?A candidatura de Flávio Arns está fortalecida e o astral é o mais positivo possível?, afirmou o coordenador-geral da campanha, Cido Spada.