O ex-governador e candidato ao Senado Roberto Requião (PMDB) foi condenado a pagar uma indenização no valor de R$ 25 mil ao ex-presidente da Companhia Paranaense de Energia (Copel) e ex-secretário estadual da Fazenda Ingo Henrique Hubert.
A ação se deve a um insulto de Requião a Hubert durante as eleições de 2006, quando o ex-governador se referiu a Hubert como “ladrão do dinheiro público” em rede estadual, pelo telejornal Paraná TV primeira edição, da Rede Paranaense de Comunicação (RPC).
De acordo com o advogado de Hubert, José Cid Campêlo Filho, o valor estipulado quando a ação foi julgada em primeiro grau era de R$ 25 mil, mas o valor a ser pago deve ser maior.
O valor corrigido fica hoje em R$ 33 mil e, com mais honorários e custas do processo, a soma pode vir a girar em torno de R$ 37 mil. Requião tem 15 dias para pagar a indenização, sob risco de penhora.
“Finalizado o prazo sem pagamento, a parte credora poderá, mediante simples petição, requerer a expedição de mandado de penhora e avaliação (não de citação), indicando bens à penhora”, diz a decisão, que foi publicada ontem no Diário Oficial do Tribunal de Justiça do Paraná (edição de número 453).
O próprio Campêlo Filho foi citado na mesma reportagem que Requião concedeu à TV, junto com Giovani Gionedis. Os dois entraram com outra ação, conjunta, mas esta ainda não foi julgada nem em primeiro grau.
Logo após saber da decisão, Requião demonstrou indignação com o que foi estipulado pela Justiça pelo Twitter. “A condenação por defender o Paraná é dura. Confesso que estragou meu dia. Mau exemplo da justiça para os que acreditam na decência”, postou o ex-governador no seu microblog.
Um pouco antes, outro comentário: “Denunciei roubo de 147 milhões na Copel e fui condenado em 25 mil reais pela denúncia. Os ladrões estão soltos, gozando o dinheiro do roubo”, escreveu.
Nos comentários, Requião se referiu ao rombo que houve na Copel no início dos anos 2.000, na época noticiado em R$ 80 milhões. Depois de denúncias feitas pelo deputado estadual Tadeu Veneri (PT), no início de 2003, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) investigou o caso e descobriu que uma empresa falida, a Olvepar, vendeu créditos de ICMS para a Copel.
Essa compra teria sido autorizada pela Secretaria Estadual da Fazenda, que na época tinha Hubert como secretário (ele acumulou as funções de secretário e presidente da Copel por um tempo).