O candidato do PMDB ao governo, senador Roberto Requião, partiu para o contra-ataque ontem no horário eleitoral gratuito ao presidente estadual do PPB, o deputado federal José Janene, que anteontem o acusou de ter feito um “pacto com o demônio”. Requião disse que a ofensa é própria de um “homem possuído pelo demônio”. Segundo o senador, atribuíram a ele uma voz que não é a sua fazendo declarações que jamais fez.
Requião exorcizou as acusações de Janene citando um salmo bíblico: “Mil cairão a teus pés e dez mil à tua direita, mas tu não serás atingido”. O programa de ontem do PMDB mostrou ainda o depoimento de vários pastores atestando a religiosidade do senador. Todos deram testemunho dizendo que o candidato do PMDB ao governo é cristão e tem amplos conhecimentos da Bíblia.
O pastor Hélio de Melo, presidente de uma entidade que congrega as igrejas evangélicas, declarou no programa eleitoral que, em reunião, a corrente Assembléia de Deus decidiu apoiar o peemedebista na disputa pelo governo. O programa afirmou ainda que Requião mantém um bom relacionamento com os evangélicos e lembrou que quando governador, o peemedebista nomeou o ex-deputado federal e pastor Elias Abraão como secretário da Educação.
Ligações
O “debate religioso” entre Requião e Janene começou quando o senador criticou a união do senador Alvaro Dias (candidato do PDT ao governo) com o PPB e o PTB, presidido nacionalmente pelo deputado federal José Carlos Martinez. Requião vem chamando a aliança de “quatrilho” desde o início da campanha. Janene resolveu reagir dizendo que o peemedebista é “aliado do diabo”. O deputado exibiu no horário eleitoral um áudio em que se ouve uma voz, atribuída ao senador, dizendo que para ganhar a eleição “subo no palanque do diabo e me alio com o demônio”.
Ontem, Janene distribuiu nota avisando que vai continuar veiculando a fita e classificou Requião como “senador satânico”. Janene afirmou que somente uma perícia da Unicamp poderia atestar que a fita é uma montagem. A assessoria jurídica do PMDB já solicitou a apreensão da fita e a suspensão do programa à Justiça Eleitoral.