Os peemedebistas ficaram melindrados com a informação de que o ministro Paulo Bernardo telefonou ao senador Osmar Dias (PDT) para garantir que o PT vai sustentar a proposta de aliança com todos os partidos da base de apoio do presidente Lula na reunião da próxima segunda-feira, 13.
Ontem à tarde, fontes próximas ao governador Roberto Requião (PMDB) disseram que se o PT não sinalizar, de forma inequívoca, que a aliança preferencial é com o PMDB, o partido irá abrir negociações oficiais com o PSDB para apoiar o governador de São Paulo, José Serra, à presidência da República.
No PMDB, a ordem é para que a direção do partido saia da reunião com os petistas com o compromisso de apoio à pré-candidatura do vice-governador Orlando Pessuti ao governo.
Se os petistas não se mostrarem dispostos a desistirem de fazer do senador Osmar Dias o candidato ao governo para comandar o palanque da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, no Paraná, o governador liberaria os deputados para articularem à luz do dia um acordo com os tucanos.
O governador repetiu aos seus emissários as restrições que faz ao senador Osmar Dias. Acusa o pedetista de ter o amparo do que chama de “o grande capital” e considera antinatural a aproximação dos petistas com Osmar, que foi adversário de Requião nas eleições de 2006.
Comemorações
Para uma ala do PMDB, o clima de advertência ao PT cai como uma luva no projeto do grupo que já não esconde o desejo de um acordo com o PSDB. Há os que querem que essa aliança tenha como candidato o prefeito de Curitiba, Beto Richa, e aqueles que defendem um acordo em torno da candidatura do senador Alvaro Dias.
Uma tese que ganhou força nos últimos dias depois que a direção estadual do PSDB e Beto decidiram confrontar o PMDB e Requião devido à divulgação que a TV Educativa fez das denúncias de irregularidades na campanha eleitoral de 2008 contra o prefeito de Curitiba. Os cinco deputados tucanos que votavam com o governo na Assembleia Legislativa anunciaram que, agora, são oposição.
Com isto, não há, publicamente e neste momento, nenhuma condição de o governador vir a apoiar um acordo que inclua apoio à pré-candidatura do prefeito de Curitiba ao governo. Mas os peemedebistas admitem que se o candidato for Alvaro, as conversas do governador podem englobar também a sucessão estadual.
Embora Requião previna o PT de que mais um passo em direção a Osmar Dias, ele se sentirá autorizado a conversar com Serra, na prática, esses contatos já vêm acontecendo.
Tanto que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), tem viagem programada a Curitiba na próxima semana, quando teria um novo encontro com o governador Roberto Requião, para continuar uma conversa sobre a sucessão presidencial que começou há quinze dias, em São Paulo.
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