Em rápida entrevista que concedeu por volta das 19 horas, em frente a sua casa, o governador eleito do Paraná, Roberto Requião (PMDB), autodefiniu-se como um “peemedebista de coração petista”. “É a quarta eleição em que eu apóio o Lula”, disse.
Ele afirmou que tem relação de amizade com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e, por isso, não terá nenhuma dificuldade de relação. Esta é a segunda vez que Requião ocupa o governo paranaense. Em 1994, ele tinha entregue o mandato para Jaime Lerner (PFL), das mãos de quem o receberá novamente em janeiro.
No encontro que terá amanhã com Lerner, ele pretende discutir o concurso do magistério marcado para o início do próximo ano. O concurso destina-se a promover novos professores estatutários, podendo participar vários dos atuais professores que são regidos pelo regime da CLT.
“Sou a favor do concurso, mas ele deve ser antecedido por um prazo, por exemplo nas férias para que os professores da rede possam estudar, se reciclar, para que não tenham uma diferença em relação aos que estão saindo da escola agora”, disse Requião.
Ao falar com a imprensa na calçada da sua casa, mesmo com cerca da metade de votos totalizados, Requião já não tinha mais dúvidas de que seria eleito governador. “Há muito tempo nós tínhamos tranqüilidade em relação ao resultado das eleições”, disse. “Quando nós conseguimos buscar a coligação com o PT, o PPS, o PL, o PV, o PH, o PCB e o PC do B, tivemos segurança da vitória. Daí para frente era uma questão só de trabalharmos e colocarmos com clareza os programas.”
Segundo ele, esses partidos terão espaço em seu governo “na forma em que for interessante e necessário”. “Nós não temos nenhum compromisso fisiológico”, acentuou. “Nós temos compromisso programático.”
O governador eleito disse que discutirá a questão do secretariado com os partidos e líderes partidários aliados. A única definição é a Secretaria de Educação, que será entregue ao seu irmão, Maurício Requião. A Secretaria da Agricultura provavelmente ficará com o seu vice, Orlando Pessuti.
O vice-governador eleito, Orlando Pessuti, que foi deputado estadual por 20 anos, acredita que o novo governador já tem 25 dos 54 deputados eleitos na sua base de apoio. “Na Assembléia Legislativa não vejo preocupação”, afirmou Pessuti.
A festa peemedebista começou no momento em que foram anunciados os primeiros votos. A maior aglomeração ocorreu na confluência das ruas Carlos de Carvalho e Visconde do Rio Branco onde ficava um dos comitês da campanha. Depois de conceder entrevistas e visitar alguns amigos, Requião foi em carreata até aquele local para ser saudado pelos militantes.
