O governador Roberto Requião disse que não é contra um acordo entre o PMDB e o PT para a sucessão presidencial, mas desde que feito com a participação das bases do seu partido.

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“Não estou de acordo com a maneira como as coisas foram feitas. Temos que decidir se vamos apoiar um programa que mude o rumo das coisas ou que mantenha tudo como está”, disse o governador.

Ele almoçou ontem com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, a presidente estadual do PT, Gleisi Hoffmann, e outros participantes do seminário sobre pré-sal, promovido em Curitiba pelo governo estadual com a colaboração da direção estadual do PT.

Para o governador, os dirigentes nacionais do PMDB fizeram um acordo “pessoal” com a direção do PT e o presidente Lula. “Um partido fala pela sua convenção nacional. Um acordo de alianças sem plano de governo é uma negociata política, uma troca de futuros favores, um loteamento de ministérios. Não sou contra um acordo com o PT, mas o PMDB só poderia fazê-lo após se reunir, analisar a política nacional e elaborar programa que contraponha capital produtivo e capital vadio. Somos governados, de um lado, por bons programas sociais, mas do outro por fantásticos lucros para os banqueiros”, afirmou.

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No almoço entre Requião e Bernardo, não houve espaço para conversas reservadas, mas o encontro marcou a volta da cordialidade entre os dois, que estavam estremecidos desde que o ministro disse que o PT tinha preferência por um acordo com o PDT do senador Osmar Dias no Paraná e que foi o presidente Lula com sua popularidade que reelegeu Requião em 2006.

Após o seminário sobre o pré-sal, em entrevista, o ministro foi contido ao comentar o impacto que a negociação nacional pode ter nas articulações locais. “É um estímulo a mais pra gente continuar conversando. Todos sabem que já somos aliados do PMDB aqui. Temos algumas diferenças na forma de ver a condução para 2010, mas temos conversado e vamos continuar conversando. Se tivermos condição de construir uma aliança, com certeza vamos juntos”, declarou.

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Para Gleisi, o pré-acordo nacional não é determinante, mas ajuda na realização de uma aliança entre os dois partidos à sucessão estadual. “Reforça uma aproximação e abre condições”, afirmou a dirigente do PT.

Entretanto, as negociações no Estado devem obedecer às particularidades locais, ressaltou. Para Gleisi, as reações dos deputados estaduais do PMDB que criticaram abertamente o acordo entre PT e PMDB no jantar de terça-feira passada, é mais a expressão de um problema interno do aliado.

“O PMDB não é um partido centralizado. Alguns querem apoiar o PT. Outros querem candidatura própria. Acho que as críticas foram feitas ao método interno do partido. Foi mais um protesto de exclusão”, relativizou.