Requião diz que apoio está condicionado a programa

O governador Roberto Requião (PMDB) disse ontem que somente quando conhecer os planos de governo dos candidatos a presidente é que irá definir sua posição na disputa à Presidência da República. Enquanto isso, Requião considera que o partido está liberado a buscar seu caminho no Estado, já que o PMDB nacional decidiu não lançar candidato à Presidência. "Eu quero conhecer os planos de governo, o que pensam para o Brasil,", afirmou o governador, justificando que suas escolhas são ideológicas e programáticas.

Sobre a negociação com o PSDB para uma aliança estadual, o governador disse é "muito boa", mas que o PMDB está conversando com várias outras siglas. "A aliança local é muito boa. Agora, o PMDB nacional abriu mão de apoiar candidatos à Presidência e as alianças locais são interessantes. Estamos procurando o PDT, o PP, o PSDB. Só não estamos procurando o PT porque já lançou candidato e seria uma deselegância com o Flávio Arns", declarou Requião. Ele disse que desconhece a proposta de aliança feita pela direção estadual do partido ao PSDB, numa reunião com o senador Tasso Jereissati e o pré-candidato tucano à Presidência da República, Geraldo Alckmin, na semana passada, em Brasília.

À indagação sobre a proposta defendida por algumas alas do PMDB de abrir seu palanque no Paraná a Alckmin, Requião respondeu que essa decisão está condicionada às propostas de cada um dos candidatos à Presidência da República. ?O PMDB nacional não tem candidato a presidente e o que o PMDB do Paraná está fazendo é liberar as suas bases para apoiar quem bem entender. Eu quero conhecer o plano de governo dos candidatos, o que dizem a respeito do Brasil. Eu trabalho programática e ideologicamente", disse.

Visitas

O governador disse que sua visita ao senador Osmar Dias, a terceira nas últimas semanas, foi mais um encontro em que conversaram sobre os mais diversos assuntos, incluindo a sucessão estadual. "Estou sempre com o Osmar. O senador Osmar Dias é meu amigo e meu vizinho. Ele mora em Quatro Barras, a mil metros da minha casa. Estou sempre com ele", afirmou Requião. Ele disse que a eleição entrou na conversa e que está conversando com o senador pedetista sobre o assunto. "Discutimos tudo. Estamos conversando", desconversou. Requião visitou o senador anteontem, em Curitiba.

Dualidade

Requião tem mantido relações ambíguas com os tucanos. Ontem, em solenidade no Palácio Iguaçu para a assinatura de um convênio para a construção de um hospital geriátrico em Curitiba, o governador elogiou fartamente o prefeito Beto Richa (PSDB). Ao mesmo tempo, aproveitou para atacar o senador Alvaro Dias (PSDB).

"O Brasil seria muito melhor se os governantes tivessem a consciência social e a responsabilidade que demonstra o prefeito de Curitiba na forma de relacionamento com o governo", elogiou. E continuou, afirmando que não gosta de auto-elogios, mas que sabe muito bem como é ser prefeito quando o governo do Estado não corresponde e citou o tempo em que era prefeito de Curitiba e o senador Alvaro Dias governador do Estado. "Eu sei como é um governador com ciúme do prefeito, com medo do crescimento político do prefeito. Que impõe restrições absurdas e mesquinhas no relacionamento administrativo. Quando prefeito de Curitiba, eu convivi com o Alvaro Dias", atacou.

Neutro

Para o prefeito Beto Richa, o bom relacionamento que tem com o governador não é um indicativo de acordo político em andamento. Beto disse que Requião sempre o tratou bem e elogiou sua administração. Quanto a uma aliança, o prefeito de Curitiba preferiu sair pela tangente:  ?Eu me mantenho ainda com este compromisso com o PDT. O senador Osmar Dias pediu até a próxima segunda-feira. Ele está aguardando a convenção nacional do PDT para saber se tem candidato próprio ou para dar a sua decisão em relação à sua candidatura. Se porventura ele não assumir a candidatura, vamos analisar as demais propostas de coligação e mesmo a proposta de candidatura própria, o que acho mais provável, e aí seria o Gustavo Fruet", declarou. E acrescentou que nem começou a analisar a hipótese de acordo eleitoral com o PMDB.  

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