O governador Roberto Requião (PMDB) bateu boca com um grupo de manifestantes ao deixar a Prefeitura de Londrina, ontem, após assinar contratos de financiamento para obras na rede de água e esgoto da Sanepar no município.

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Os manifestantes eram moradores do loteamento Chácara São Miguel, localizado na zona Sul de Londrina, que reclamavam da construção de uma Estação de Tratamento da Sanepar no local.

A discussão começou antes mesmo da chegada do governador, quando os moradores foram pedir ao presidente da Sanepar, Stênio Jacob, que não construísse a estação no local.

A comunidade reclama do risco de contaminação das hortas plantadas pelos moradores, a principal fonte de renda das famílias locais. Jacob garantiu não haver risco de contaminação e não deu prosseguimento à discussão, que foi retomada com a presença do governador, que classificou o protesto de molecagem.

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“Nunca gritei na presença de governador e não vou aceitar que gritem comigo. Molecagem eu não aceito nem de vocês, nem do PCC em penitenciária. A estação vai beneficiar a maioria e vai ser construída”.

Uma moradora ainda tentou apelas: “Ali tem gente que vive de horta. Governador, o senhor é excelência, mas vai morrer um dia como nós” e o governador respondeu.

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“Mas eu não vou morrer de insalubridade numa cidade. Esse é o lugar tecnicamente escolhido pela Sanepar. A estação está decidida e vai ser lá”. “Nós achamos que os senhores estão fazendo isso para nos humilhar, já que existem outros quatro pontos possíveis. Nós estamos ali há 20 anos, não é justo que a Sanepar vá construir uma estação de esgoto nos fundos das nossas casas”, insistiu a moradora. “Não perguntei tua opinião. Eu não vou discutir isso. É uma decisão tomada em favor de 124 mil pessoas de Londrina. Eu não enrolo ninguém. Está decidido: a estação será naquele local”, retrucou o governador.

Em entrevista, Requião comentou a polêmica e os protestos. “A Sanepar vai instalar lá, é necessário e o local é apropriado. A estação é moderníssima, não tem cheiro nenhum. A saúde de Londrina é mais importante que um protesto. Eu respeito o protesto, acho que é viável e democrático. A decisão foi tomada em bases técnicas e da necessidade absoluta do tratamento do esgoto em Londrina”, declarou.

A área onde será construída a estação havia sido vetada pela Câmara Municipal de Londrina, porém, um decreto do governador tornou o local de utilidade pública, permitindo a obra. Ainda ontem, os manifestantes bloquearam a entrada dos equipamentos da empresa responsável pela construção. Requião garantiu a continuidade da obra.

Requião também foi duro no twitter ontem, discutindo com quem é contrário à reabertura do Presídio do Ahú. Ao deputado Elio Rusch (DEM), que disse ser um retrocesso a reabertura do presídio, Requião perguntou “para onde você quer ser levado, então?”.

Para uma dona de casa que também questionou a transferência de presos para o prédio desativado, o governador sugeriu que ela hospedasse presos em sua casa, então. “Titia, é solução emergencial. Se você tiver lugar em sua casa, mande o endereço e diga quantos presos quer receber”, tuitou o governador.