O diretório estadual do PMDB divulgou ontem uma recomendação do diretório nacional do partido defendendo o lançamento de candidaturas próprias às prefeituras em todo o País nas eleições municipais do próximo ano. Na carta encaminhada a todos os diretórios estaduais e municipais do PMDB, o presidente nacional do partido, Michel Temer, justifica que o partido tem uma meta de ampliar o número de prefeituras sob seu controle e que a política de alianças deve considerar o que chamou de “peculiaridades regionais, a natureza da convivência entre os partidos e a competitividade dos parceiros”.
A carta de Temer agradou à ala do partido que, em Curitiba, defende a candidatura própria e não vê com bons olhos as negociações que vêm sendo feitas entre setores do PMDB e do PT para fechar uma aliança em torno de uma candidatura petista, preferencialmente a do líder do governo na Assembléia Legislativa, Angelo Vanhoni. Os adeptos da aliança com o PT travam uma queda-de-braço com o grupo que trabalha por uma candidatura própria e que defende o nome do presidente estadual do partido, deputado federal Gustavo Fruet, para disputar a eleição.
Pressão
O governador Roberto Requião, oficialmente, não tem se envolvido nas disputas internas internas, embora venha defendendo a manutenção, nas eleições do próximo ano, da aliança que o elegeu no ano passado. Requião está em viagem pela Espanha, mas seu assessor especial, Benedito Pires, ao ser informado sobre a carta de Temer, fez o seguinte comentário: “Lamentável que o presidente do PMDB não tenha tido a mesma posição nas eleições de 98 e de 2002, quando a máquina do partido foi contra a vontade do maioria e impediu que o PMDB tivesse a candidatura própria do PMDB à presidência da República”. Para o assessor especial do governador, o presidente do PMDB está tentando usar o partido como instrumento de pressão para satisfazer o que chamou de “apetite da cúpula” e não para corrigir os erros do passado.
Bueno transfere domicílio
O presidente estadual do PPS e atual diretor administrativo da Itaipu Binacional, o ex-deputado federal Rubens Bueno, formaliza hoje no Tribunal Regional Eleitoral sua transferência de domicílio eleitoral de Campo Mourão para Curitiba. Ele justificou que está atendendo a um apelo do partido ao fazer a troca, mas não confirma a intenção de concorrer à prefeitura de Curitiba, nas eleições do próximo ano. “Há uma distância razoavelmente longa entre mudar o título e ser candidato”, afirmou Bueno, que mora em Curitiba desde 97, quando concluiu o mandato de prefeito de Campo Mourão.
Bueno disse que está disposto a contribuir com o partido nas eleições do próximo ano, mas de outra forma. Como secretário-geral do diretório nacional, ele acha que poderia ajudar o PPS fazendo campanha para os candidatos do partido em outros estados e no Paraná. “Em Curitiba, nós já temos nomes muito bons, como o do Augusto Canto Neto, o deputado estadual Marcos Isfer e a deputada estadual Arlete Caramês. Acho que a minha melhor contribuição é ajudar aos companheiros”, comentou.
Bueno disse que o seu projeto é ser candidato em 2006. Na eleição do ano passado, Bueno começou a campanha para o governo com 1% das intenções de voto e terminou o primeiro turno com 7% no Estado. Em Curitiba, seu desempenho chegou a 15%, apesar de ter apenas 37 segundos no horário eleitoral gratuito. No segundo turno, Bueno e o PPS apoiaram a candidatura do governador Roberto Requião (PMDB) às eleições para o governo do Estado.